O SABOTADOR
Uma das principais organizações não governamentais do mundo aponta o próprio presidente brasileiro como um sabotador dos esforços e estratégias de combate à pandemia no Brasil. A Human Rights Watch em seu Relatório Mundial 2021 dedicou um capítulo inteiro sobre as atitudes genocidas de Bolsonaro ao tentar desconstruir preceitos científicos, no combate à pandemia, através de posturas negacionistas bem próximas da pré-história e da burrice paleontológica. O relatório se refere ao ano passado, sendo que ele continua sua saga exterminadora em 2021. Além do que ele já fez e disse, agora ele tenta confiscar seringas; retarda o registro de vacinas e culpa a Anvisa por isso, sendo que é ele que orienta os militares que ocupam a instituição a fazer isso; mantém como ministro da saúde um general, mais pateta do que militar; continua desdenhando das vítimas; minimiza o número de mortes; culpa a imprensa pelo drama; continua incitando aglomerações; recomenda a quebra do isolamento; além de debochar das vacinas, disseminando informações falsas de efeitos colaterais. Enquanto isso, o maior pulha da história recente do Congresso Nacional, Rodrigo Maia, continua sentado na poltrona de presidente da Câmara, soltando notas de repúdio, mas endossando todos os atos de lesa pátria de Bolsonaro, esperando tomar a vacina e virar jacaré.
O VÍDEO DO DESCALABRO
Seguindo a trilha do extermínio em massa, militantes bolsonaristas lançam um vídeo de apoio ao ex-capitão e nunca presidente, na acepção da palavra. Cantando uma música macabra, eles fazem um desfile animalesco de desobediência civil tragicamente irresponsável, além de um ostensivo negacionismo abjeto. Um a um os militantes, deputados e deputadas aparecem tirando as máscaras, alegando que o lockdown não funcionou, que é preciso “conscientizar”, que precisam ser “tratados” precocemente, com cloroquina, que são “profissionais” a favor da vida e do “crescimento”. É horripilante. Uma verdadeira peça a favor da desinformação funesta. Deveria ser classificado como filme de terror. A intenção é fazer de conta que não existe perigo algum na segunda onda da pandemia, enquanto que são mais de 200 mil mortos. A cloroquina não tem utilidade comprovada no combate ao Coronavírus, embora o exército tenha investido quase R$ 1,5 milhão para aumentar a produção, tendo mais de 1,8 milhão de comprimidos em estoque no Laboratório do Exército, sendo que o tratamento foi incapaz de salvar da morte pelo Covid-19, vários de seus generais. É mais uma postura genocida: incitar a aglomeração, boicotar o uso de máscaras, quebras as medidas de isolamento e defender o funcionamento de tudo. Termina com pátria amada, Brasil, eufemisticamente no lugar de “se lasque quem quiser”.
O GÁS A TODO GÁS
Alexandre Borjaili, presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de Gás Liquefeito do Petróleo (Asmirg), em entrevista dada a Tacio Lorran, do Metrópoles, faz duras críticas ao ministro Paulo Guedes, por sua política econômica frente à Petrobras e afirma que o preço do gás de cozinha vendido aos brasileiros pode bater a casa dos R$ 150 – ou mesmo R$ 200, em uma hipótese drástica – neste ano. Ele lembra a todos os brasileiros, inclusive aqueles que bateram panela contra Dilma e a favor de Bolsonaro, que “Os ministros de Minas e Energia e da Economia prometeram publicamente que o preço do gás iria cair até 40% ou 50%, mas, desde então, o valor só sobe – e não há qualquer previsão de redução”. Eu lembro aos batedores de panela, filhos da acachapante ilusão aberrante, que o gás com a Presidenta Dilma Rousseff era em torno de R$ 50 e o Ministério Público Federal, integrante do golpe, achava uma política criminosa manter baixo o preço. “Nós vendemos em média 35 milhões de botijões de gás todo mês. O país tem 15 milhões das famílias no Bolsa Família que vivem com uma renda per capita de até R$ 87. Então, nem gás podem comprar”, diz Borjaili, ao Metrópoles. Eu digo agora ao Revista Cariri: a traição é um prato que não se como nem quente e nem frio.
A SUPREMA VERGONHA DO SUPREMO
Há quem afirme que o Supremo Tribunal Federal é um sapato na pedra da democracia brasileira. Concordo plenamente, tanto quando pedra tanto quanto sapato. Pedra como forma de impedir a justiça e sapato como chute na bunda da cidadania. Tendo em vista o estado policialesco do poder judiciário brasileiro, em todas as suas instâncias, o que eu escrevo não é liberdade de expressão, é um grave atentado ao equilíbrio social dos cidadãos de bem, e armados. No entanto, não posso calar. Li com muita estupefação uma matéria do jornalista Jeferson Miola, postada em seu blog, sobre a inexplicável e inaceitável indisponibilidade do Supremo em julgar um habeas corpus impetrado pela defesa de Lula há mais de 2 anos, em 1º de novembro de 2018, pedindo a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro, a nulidade dos processos julgados por ele contra Lula e a liberdade do ex-presidente, na época ainda preso ilegalmente em Curitiba. Jeferson Miola faz um monumental compêndio de desculpas esfarrapas para adiar o julgamento. Moro já foi completamente desmoralizado, por suas próprias ambições, como também por suas ambições impróprias. Ele mesmo assinou o protocolo da “minha culpa, minha tão grande culpa”, ao barganhar com Bolsonaro um cargo de ministro. O STF é um caso à parte. Tão à parte, que ele precisa explicar ao povo, porque ele, o Supremo, ainda está solto. Desde 2018 que Gilmar Mendes empurra com a barriga da trapaça, o julgamento desse habeas corpus, até o presente dia. Resta saber por onde entrou em Gilmar Mendes o famoso adágio impopular: “com Supremo e com tudo”.
O SAMBA DA CONIVÊNCIA CRIMINOSA
Um dos assuntos mais comentados atualmente é a possibilidade de impeachment de Bolsonaro frente às suas atitudes de boicotar as estratégias de combate à pandemia. Sempre investindo em ampla grosseria e num negacionismo terraplanista, que beira a escatologia dantesca. Quem pode viabilizar esse ato de libertação é o presidente da Câmara. Pelo visto, isso é uma utopia tardia. A origem do desalento começa na participação direta de Maia e Baleia no golpe. “Senhor Presidente [dirigindo-se a Eduardo Cunha, que dirigia a mesa], o senhor entra para a história hoje. Pela minha família, mas principalmente pelo pai, que foi, quando prefeito do Rio, Cézar Maia, atropelado pelo governo do PT. O PT rasga a Constituição do Rio e rasga a Constituição aqui. O meu voto é sim.” (Rodrigo Maia). Eduardo Cunha entrou para a história e para a cadeia. Mesmo caminho que Maia teria, se houvesse ordem no puteiro. “Hoje é o dia de devolvermos a esperança ao povo brasileiro. Em respeito à Constituição Federal, em respeito aos mais de 208 mil eleitores que me deram a oportunidade de estar aqui, por São Paulo e pelo Brasil, voto sim. Que Deus abençoe nosso país.” (Baleia Rossi). Em respeito à quadrilha, Baleia já avisou que não tem compromisso com impeachment, pois o país precisa de equilíbrio. Os partidos de Baleia e Maia (MDB e DEM) integram a base de sustentação do governo Jair. Baleia é o candidato de Maia. O candidato de Bolsonaro é o deputado Arthur Lira, líder do centrão e conta com a promessa de cargos dada por Bolsonaro a quem votar nele. O candidato de todos é na realidade uma candidata: a agenda ultraliberal que está quebrando o país, sem dó nem piedade. Já o candidato do povo brasileiro, incluindo o gado, que nem imagina que foi incluído, é o senhor Fundo do Poço.
O DISCURSO DO TRAIDOR
Trump bota o rabo entre as pernas e empunha a bandeira da traição. Depois da Câmara aprovar o segundo impeachement contra ele, dessa vez com vários votos de republicanos, ele afina a voz e ladra atrás do portão, deixando um exército de lunáticos na mão, Em pronunciamento em cadeia de TV, ele disse: “A violência de turbas vai contra tudo que acredito e que nosso movimento acredita. Nenhum apoiador meu poderia apoiar a violência política. Nenhum apoiador meu poderia desrespeitar as forças policiais ou nossa bandeira americana. Nenhum apoiador meu poderia ameaçar outros cidadãos. Se vocês fizeram algo disso, vocês não estão apoiando nosso movimento, estão atacando nosso país. Não podemos tolerar isso”, disse ele, como se ele não tivesse incitado a invasão do Capitólio. “Não há justificativa para a violência, não há desculpas, não há exceção. Os Estados Unidos são uma nação de leis. Aqueles que estiveram envolvidos nos ataques serão levados à Justiça”, também disse ele na maior cara de pau do mundo, como se ele tivesse respeitado a constituição americana até agora. Preste atenção, meu caro ruminante, da mesma forma que o mandatário daqui prenunciou uma invasão do Planalto, pelos mesmos motivos de fraude falseados por Trump, ele também vai trair o próprio gado e negar tudo, quando tudo der errado e não sobrar pasto sobre pasto.
FAKE NEWS
Circula nas redes sociais e na calada da noite, a boca miúda, que o secretário de cultura do Crato, o ex-vereador do PT, Amadeu de Freitas, é desprovido das condições técnicas para ocupar o cargo, que ele foi nomeado devido a partilha do feudo, e que fará uma gestão pífia devido a essas características pontuais apontadas pontualmente desde então. De fato, existe uma tendência ampla para que a profecia palpitesca se construa, mas não por esses motivos evidentes, e sim pelo provincianismo da gestão majoritária. A cultura, para a administração cratense, não tem importância nenhuma, não tem potencial eleitoreiro, muito menos representa um fator que possa fomentar mercados. Pura insuficiência gestora. O mundo entrou no terceiro milênio e o Crato ainda está empancado no provincianismo passadista. Vamos esperar que o nomeado possa pelo menos ter a autonomia de formar a própria equipe.
*Os pontos de vista aqui emitidos são de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri