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Vareta – Por J. Flávio Vieira

Colunista escreve semanalmente no Revista Cariri

7 de fevereiro de 2021
Vareta – Por J. Flávio Vieira

Um amigo de balcão de bar já lhe tinha advertido, com aquela filosofia que, naturalmente, evaporava do copo de pinga: coisa ruim, coisa que não presta estica mais que elástico em perna de menino, rende mais que chiclete em boca de banguelo. Como aquilo poderia acontecer? Extinguir-se, de repente, a mais pétrea instituição brasileira, o Carnaval de Rua? Ele resistiu a tudo: às perseguições religiosas; ao laborismo desenfreado do Capital; ao olhar atravessado das elites que viam na subversão festeira, o gérmen da subversão social; à burocracia da política estatal avessa ao Anarquismo espontâneo da pândega momina. Pois uma das mais sólidas organizações sociais do país, viu-se, de repente, atingida por um vírus. Vareta, um folião empedernido , súbito, tornou-se um avião sem manche, um Reisado sem Jaraguá. Trabalhador braçal, mero servente de pedreiro, o Carnaval era-lhe como um toque do condão da fada madrinha. Os dias duros e repetitivos aplacavam-se, o frevo fervia no seu corpo, inundava seus músculos e  Vareta, esguio e lazarino como o próprio apelido indicava, vibrava como a lâmina de um serrote que se fazia de harpa, executando os velozes passos da Tesoura, do Parafuso, da Dobradiça. Naqueles cinco dias, Vareta, de simples peão, alçava-se às lonjuras de bispos e de reis. O escravo saltava do seu navio negreiro e, ao menos temporariamente, tornava-se nobre e invadia as sedas palacianas. Claro, que como uma Cinderela, o encanto durava até as últimas badaladas da ingrata quarta-feira, mas de nada custava esperar ansiosamente o outro fevereiro.

Sentado numa calçada alta, no Largo do Amparo, Vareta contemplou, devastado, a paisagem destroçada. Os Bonecos Gigantes eram apenas miragens espectrais nas ruas desertas. Metais mudos, fantasias pilhadas, estandartes a meio pau. Como se a noite se tivesse desfeito para não receber o sorriso de manequim do Homem noctívago e apressado o amanhecer para acabar coma madrugada do Galo. Os passos malabarísticos do frevo, repentinamente, se viram paralisados no ar, como assoberbados por um frenesi congelante. A vida, a alegria, a felicidade pareceram sufocados como pulmões em terapias intensivas.

Vareta, desapontado, busca entender, como , de repente, Momo perdeu o seu reino e os dias transformaram-se numa esticada e ingrata quarta-feira que inundou a vida e as almas de cinzas. Uma vareta que se perdeu inútil de uma espingarda que já não existe, sem pólvora, sem chumbo, sem espoleta.

Por J. Flávio Vieira, médico e escritor

*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri

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