Senhores donos da casa
Peço licença pro meu cantar
Não venho e nem vou
Apenas vou seguindo a estrada
Que por sina ou má sorte
Sou deste que no mundo vagueiam
sem rumo, sem norte.
E se alguma graça, fortuna ou tesouro
me foi por Deus dada
Não vi, não sei
perdeu-se na poeira dessa estrada.
Senhores donos da casa
Não venho e nem vou
Que neste mundão medonho
Só se vem quando a gente nasce
E só se vai quando nos leva a morte
Entre nascer e morrer
O que nos resta é seguir a jornada
nesta estrada
Que nunca se sabe
Para onde nos leva
Ou de onde nos traz.
E nesta entremeada travessia
Esses meus olhos que a terra há de comer
Já viu o bem e o mau, deus e o diabo
Mão que abençoa, mão que apunhala
O certo e errado
Belezas tantas e a feiura de vê
um cristão morrer de fome.
Senhores donos da casa
Peço licença pro meu cantar
Não venho e nem vou
Apenas vou seguindo a estrada.
Por Fabiano Brito. Cratense, cronista e poeta com três livros publicados: “O Livro de Eros”, “Ave Poesia” e “Lunário Nordestino” (Editora UICLAP)
*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri