Dia de Finados!
O preconceito, fruto do empobrecido sentimento de inveja, sempre cortejou àqueles que buscam contribuir com os menos assistidos, até chegando a perseguir no insistente desejo de destruição.
A história das civilizações pontuam ocorridos inexplicáveis e no Caldeirão de Santa Cruz do Deserto, comunidade liderada por Zé Lourenço, o beato perseguido, não foi diferente. A maldade desabrochava pelos canais detentores do poder, citamos:
A igreja (através de uma célula contraditória aos ditames da igualdade).
As Forças Armadas e o Governo.
Os modos operantes eram os mesmos em toda circunstâncias.
Beata Maria de Araujo, Padre Cícero, Antonio Conselheiro, Severino Tavares e Zé Lourenço em busca da eliminação de pessoas que não baixavam a cabeça e nem calavam com os erros cometidos aos necessitados.
A ausência de capacidade em fazer parceria era ignorada, pois o domínio era o destino.
11 de setembro de 1937. O grito de dor ecoava na vizinhança da Serra do Araripe. As trevas da maldade tomava conta dos pobres e simples que no Caldeirão habitavam.
Muitas almas inocentes foram arrancadas de maneira aterrorizante da vida terrestre.
Os exemplos bárbaros, que os representantes das instituições acima citadas deixaram registrados foram temerários.
Quanta ironia se debulhava em detrimento ao que diziam representar para o País.
O troféu era a burca de tirarem vidas indefesas, a COVARDIA DOS INSENSATOS, que sem piedade bombardearam aquela nação.
Que lucro tiveram?
Que mal aquela gente fazia pra ser cruelmente assassinada?
Depois tentaram calar os que sobreviveram. Prisões, torturas… Mas escaparam.
Zé Lourenço escapou da chacina, Severino Tavares, meu avô, foi decapitado e tantos outros morreram de ambos os lados. Todavia, a chantagem dos poderosos conseguiu elevar as estatísticas que para os mandantes foram motivos de comemoração.
Não conseguiram calar todos.
Somos decendentes.
O meio Acadêmico ventila a história na perspectiva que as gerações se inteirem e caminhem.
Por Maria Loureto de Lima. Professora e historiadora. Ex-secretária de educação de Juazeiro do Norte
*Este texto é de inteira responsabilidade da autora e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri