A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um comunicado na terça-feira (8) sobre a possível detecção do primeiro caso de Candida auris no país. Trata-se de um superfungo fatal de difícil diagnóstico e elevada resistência a medicamentos, que pode causar infecção em corrente sanguínea e outras infecções invasivas.
Superfungo é fatal sobretudo em pacientes com comorbidades
De acordo com a Anvisa, o fungo mostrou-se resistente a diversos medicamentos antifúngicos utilizados para tratar infecções por Candida.
Um dos fatores de maior preocupação é a propensão desse fungo causar surtos em decorrência da dificuldade de identificação pelos métodos laboratoriais rotineiros.
E ainda, pela dificuldade em ser eliminado, uma vez que pode permanecer no ambiente por meses e resistir até mesmo à ação de desinfetantes.
Além disso, o fungo também mostrou-se ainda mais agressivo em pacientes com comorbidades.
Transmissão da Candida auris
De acordo com a Diretoria de Vigilância Sanitária e Ambiental do Estado da Bahia, o modo preciso de transmissão dentro do ambiente de saúde ainda não é conhecido.
“Evidências iniciais sugerem que o organismo pode se disseminar em ambientes médicos por contato com superfícies ou equipamentos contaminados, ou de pessoa para pessoa”, explicaram em documento oficial (acesse-o na íntegra aqui.)
Não é a primeira vez que a presença desse fungo é relatada pela comunidade médica. Em 2009, ele já havia sido apontado pelas autoridades do Japão. E em 2016 também houve relatos de surtos pela América Latina.
De acordo com a Anvisa, agora uma força tarefa foi criada para investigação e prevenção de novos casos.
Primeiro caso de superfungo fatal foi observado em paciente com Covid-19
O fungo foi identificado na última sexta-feira (4), em um paciente internado com Covid-19 em um hospital da rede privada da Bahia.
A amostra foi colhida e enviada ao Laboratório Central de Saúde, que detectou a presença da Candida auris.
Em seguida, a amostra foi enviada ao Laboratório do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), que por meio de uma contraprova confirmou a existência do fungo.
Por Julia Monsores
Fonte: Seleções