O Ministério da Saúde anunciou a incorporação de duas novas tecnologias ao Sistema Único de Saúde (SUS) para prevenir complicações causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR), um dos principais responsáveis por infecções respiratórias graves em bebês, incluindo bronquiolite e pneumonia.
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As medidas incluem o uso do anticorpo monoclonal nirsevimabe, destinado à proteção de bebês prematuros e crianças de até 2 anos com comorbidades, e da vacina recombinante contra os vírus sinciciais A e B, aplicada em gestantes para proteger os recém-nascidos nos primeiros meses de vida.
A decisão foi tomada durante a 137ª Reunião Ordinária da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que avaliou o impacto positivo das novas estratégias na redução de hospitalizações e óbitos infantis.
Redução da mortalidade infantil
O Ministério da Saúde destacou que a adoção dessas tecnologias faz parte de uma estratégia ampliada de imunização, voltada para reduzir a mortalidade infantil associada ao VSR.
Dados apresentados à Conitec indicam que a vacina para gestantes pode evitar cerca de 28 mil internações anuais. Além disso, a estratégia combinada – anticorpo monoclonal e vacinação materna – poderá proteger cerca de 2 milhões de bebês nos primeiros meses de vida, período de maior vulnerabilidade às complicações do VSR.
A portaria que oficializa a incorporação das duas tecnologias ao SUS será publicada nos próximos dias.
Como funcionam os novos métodos de prevenção?
• Nirsevimabe (anticorpo monoclonal): fornece proteção imediata contra o VSR, sem necessidade de estimular o sistema imunológico da criança a produzir anticorpos. É especialmente indicado para bebês prematuros e crianças menores de 2 anos com comorbidades.
• Vacina recombinante contra VSR A e B: aplicada em gestantes, a vacina induz uma resposta imunológica materna, garantindo que o bebê receba anticorpos ainda durante a gestação. Dessa forma, o recém-nascido já nasce protegido contra o VSR nos primeiros meses de vida.
O impacto do VSR na saúde infantil
Segundo a Secretaria de Atenção Primária à Saúde, o vírus sincicial respiratório é responsável por:
• 80% dos casos de bronquiolite em bebês;
• Até 60% dos quadros de pneumonia em crianças menores de 2 anos.
Estima-se que uma em cada cinco crianças infectadas pelo VSR precise de atendimento ambulatorial e que uma em cada 50 seja hospitalizada no primeiro ano de vida.
Entre 2018 e 2024, o Brasil registrou 83.740 internações de bebês prematuros por complicações ligadas ao VSR, como bronquite, bronquiolite e pneumonia.
Ampliação da cobertura de proteção no SUS
Atualmente, o SUS já oferece o palivizumabe, um anticorpo monoclonal indicado para bebês prematuros extremos (com até 28 semanas de gestação) e crianças de até 2 anos com doença pulmonar crônica ou cardiopatia congênita grave.
Com a incorporação do nirsevimabe, o Ministério da Saúde prevê ampliar a proteção para 300 mil crianças a mais do que o protocolo atual.
Já a vacina para gestantes tem potencial para beneficiar cerca de 2 milhões de nascidos vivos, oferecendo uma abordagem mais abrangente na prevenção de infecções respiratórias graves em bebês.
Por Heloísa Mendelshon










