A madre Maria Carmelina Feitosa, uma das mais importantes educadoras do Cariri, morreu na manhã desta sexta-feira (27), em Juazeiro do Norte. Aos 98 anos de idade, a religiosa estava internada desde o último dia 17 de dezembro, após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Inicialmente, ela ficou internada no Hospital Regional do Cariri (HRC) e foi transferida para a Clínica São José.
A Diocese de Crato informou que o funeral acontecerá a partir da noite desta sexta-feira, na Capela do Colégio Santa Teresa de Jesus. Amanhã, o corpo será transladado para o auditório do Colégio Pequeno Príncipe. Já o sepultamento acontece no domingo, na Capela da Casa de Caridade, onde Madre Feitosa morava, após celebração presidida pelo bispo Dom Gilberto Pastana, às 9h.
Trajetória
Apesar de nascer em Tauá, Madre Feitosa viveu sua infância em Arneiroz. Aos 14 anos, se mudou para o Crato para cursar o então ensino secundário no Colégio Santa Teresa de Jesus. Dois anos depois, decidiu ingressar na vida religiosa na Congregação homônima à escola.
Na época, a Casa de Caridade do Crato estava em pleno funcionamento, sob os cuidados das beatas. Aos poucos, a instituição foi estreitando laços com a Congregação Santa Teresa de Jesus, onde seu primeiro noviciado aconteceu no prédio do equipamento fundado pelo Padre Ibiapina. “Não tinha prédio para as irmãs residirem”, contou Madre Feitosa, em entrevista ao Diário do Nordeste, em maio deste ano.
Ainda sob comando das beatas, a Casa de Caridade recebeu apoio das irmãs formadas no Santa Teresa de Jesus, como a própria Madre Feitosa, que prestava serviços. “Organizava as contas de lá”, lembra. Sem condições de administrar a instituição, o espaço passou a ser gerido pelas religiosas do Santa Teresa de Jesus.
Em junho de 1961, Madre Feitosa assumiu a direção Casa de Caridade do Crato que, anos antes, se transformou na Fundação Padre Ibiapina, reconhecida como instituição filantrópica em 1977. Dela, surgiram a Rádio Educadora, o Cine Teatro e o Colégio Pequeno Príncipe, inaugurado em 25 de março de 1969.
Do legado de Madre Feitosa está a conservação do prédio da Casa de Caridade, que desde sua inauguração em 1869, sofreu poucas alterações. Antes de seu comando, o local era mantido com apoio da Cúria Diocesana e o trabalho das irmãs, que promoviam cursos particulares. A situação mudou com inauguração do Colégio Pequeno Príncipe, que através da mensalidade, garantiu a manutenção.
Madre Feitosa ainda foi diretora do Colégio Santa Teresa, secretária geral da Congregação das Filhas de Santa Teresa de Jesus, sendo eleita vice supervisora geral da Ordem em três mandatos consecutivos, num total de 18 anos. Graduou-se em Pedagogia pela antiga Faculdade de Filosofia de Crato, atual Universidade Regional do Cariri (Urca), onde lecionaria anos mais tarde.
Funeral começa nesta sexta (27) e vai até domingo (29)
O funeral de Madre Maria Carmelina Feitosa começa na noite desta sexta-feira, dia 27 de dezembro, na Capela do Colégio Santa Teresa de Jesus, no Centro do Crato. No sábado (28), às 8h, o corpo vai ser transladado para o auditório do Colégio Pequeno Príncipe, permanecendo o dia todo. No domingo, o bispo diocesano Dom Gilberto Pastana presidirá a Santa Missa. O sepultamento ocorre em seguida, na Capela da Casa de Caridade, onde a religiosa morava.
Por Antonio Rodrigues
Fonte: Diário do Nordeste