Representantes do Fórum de Governadores solicitaram ajuda ao Ministério da Saúde, aos Estados Unidos e à Organização Mundial de Saúde (OMS) para que o Brasil tenha mais vacinas contra a Covid-19 disponíveis. Ao todo, seriam pelo menos mais 10 milhões de doses para atender grupos prioritários e barrar o avanço da pandemia, com o surgimento da variante indiana no país, e de uma possível terceira onda diante da escassez de imunizantes. Os pedidos, encaminhados na quarta-feira, foram divulgados nesta quinta.
À pasta, o grupo pediu apoio para a autorização emergencial da vacina Sputnik V no país, negada por unanimidade pela Anvisa em abril, além de adiantar a entrega de doses da Pfizer, da AstraZeneca, por parte da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e de CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan. Além disso, querem que o ministério facilite a importação da vacina da Janssen, aplicada em dose única e com uso emergencial aprovado, e finalize os acordos de transferência de tecnologia aos laboratórios nacionais a fim de aumentar a oferta de doses.
Após sucessivas mudanças no calendário, o ministério diminuiu em até 12 milhões a previsão de vacinas para junho nesta quinta-feira. A principal justificativa é o atraso na produção da Fiocruz diante da falta de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) vindo da China.
“Aproximadamente 90% da população nacional ainda não foi imunizada com as duas doses da vacina e 80% não tomaram a primeira dose sequer –, um dado crítico a ser levado em consideração, ainda mais quando se sabe que o Brasil passou a figurar na classificação de alto risco, juntamente com países como a Índia. Diante da disparidade da realidade brasileira comparativamente a de outras nações, evidencia-se o real risco de isolamento global do País”, diz o pedido enviado ao ministério.
Os governadores também solicitaram pelo menos 10 milhões de doses ao presidente norte-americano Joe Biden e à OMS. Os imunizantes viriam da reserva de 80 milhões que o país irá destinar a outras nações, como forma de ajuda humanitária. Também seria um modo para adiantar acordos assinados com Pfizer, AstraZeneca e Janssen e alcançar a autonomia na produção de IFA.
O grupo também encaminhou um pedido de autorização excepcional à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para importar a Sputnik V, do Instituto Gamaleya com o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF). Para isso, pleiteiam a assinatura de um termo de responsabilidade, a realização de estudos de eficácia, um programa para acompanhar possíveis efeitos adversos e testes de qualidade nos lotes do imunizante.
Os quatro pedidos foram assinados pelo governador do Piauí e coordenador da estratégia de vacinação do fórum, Wellington Dias (PT).
Fonte: Agência O Globo