O imunizante contra a Covid-19 é desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, e a Anvisa suspendeu ontem seus testes clínicos após um “evento adverso grave” registrado no dia 29 de outubro.
Para Ciro Gomes (PDT), que concorreu às eleições presidenciais de 2018, “cadeia é muito pouco para canalhas que fazem politicagem com vacina”.
Cadeia é muito pouco para canalhas que fazem politicagem com vacina, a única saída para pôr um ponto final na maior crise de saúde pública e socioeconômica da história.https://t.co/3CUirlsesP
— Ciro Gomes (@cirogomes) November 10, 2020
Já o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), disse que Bolsonaro “continua a ser o maior aliado do coronavírus” no Brasil.
163.000 mortos no Brasil. E Bolsonaro fala que “ganhou” ? Qual a vitória ? O atraso de uma possível vacina ? Bolsonaro continua a ser o maior aliado do coronavírus no nosso país.
— Flávio Dino ?? (@FlavioDino) November 10, 2020
O PSDB emitiu nota dizendo que “a atitude do presidente é mais uma prova de que coloca suas pretensões políticas acima de todos e realmente não se importa com a vida dos brasileiros”.
O presidente Bolsonaro comemorou a morte de um voluntário da Coronavac. Que segundo consta faleceu por razões que não tinham a ver com a vacina, de acordo com o diretor do Instituto Butantã, Dimas Covas.
— PSDB ?? (@PSDBoficial) November 10, 2020
As reações ocorrem após interação de Bolsonaro nas redes sociais em um post sobre ações de seu governo no combate à Covid-19. Um usuário perguntou se o Brasil poderia comprar e produzir a vacina. Em resposta, o presidente citou três dos efeitos listados hipoteticamente pela Anvisa e ainda recordou uma de suas desavenças com Doria, sobre a obrigatoriedade ou não dos imunizantes.
“Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Dória queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O Presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”, escreveu.
Vale ressaltar que a Anvisa não disse qual foi o problema relatado, mas listou que entre possíveis “eventos graves” estão reações sérias, morte, anomalia e internações prolongadas.
A suspensão dos testes é uma prática comum para esclarecimentos quando um efeito adverso grave é detectado. Outros testes de vacinas contra o coronavírus, como a desenvolvida em parceria entre a Universidade de Oxford e o laboratório sueco Astrozeneca, também já passaram por breves interrupções por eventos similares e foram retomados.
Na nota emitida na noite de ontem, a Anvisa citou todos os efeitos adversos graves previstos para a interrupção dos testes, mas não especificou qual foi verificado no caso em questão. Só uma investigação médica indicará se existe alguma relação com o imunizante.
O diretor do instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou tratar-se de um óbito sem qualquer relação com os testes do imunizante.
Fonte: UOL