Um homem de 49 anos foi preso na tarde desta quarta-feira (9) no município de Crato, Ceará, sob suspeita de ter simulado um acidente de trânsito para encobrir o feminicídio de Robéria Caetano de Moura, de 18 anos. O crime aconteceu em junho deste ano. Segundo a Polícia Civil, a vítima já estava morta quando o suspeito encenou o acidente. Laudo pericial apontou que a jovem foi asfixiada antes do suposto acidente.
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De acordo com a investigação, o suspeito, que mantinha um relacionamento amoroso com Robéria, tentou mascarar o feminicídio simulando uma colisão de trânsito, mas a perícia descartou qualquer trauma que pudesse ter causado a morte da jovem.
Relembre o caso
No dia 10 de junho, Robéria e o suspeito, identificado como Ivanildo, teriam saído de um motel em Crato e, momentos depois, o veículo que ele conduzia colidiu com outro carro e bateu em um muro. Câmeras de segurança registraram o momento em que Ivanildo retira o corpo da jovem, já desfalecida, do banco do passageiro e a coloca na calçada, enquanto o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado para prestar socorro.
Inicialmente, Ivanildo alegou à polícia que o acidente foi causado por uma falha nos freios do veículo, afirmando que a jovem teria quebrado o pescoço durante o impacto. No entanto, a versão do suspeito foi contestada pela família da vítima, que duvidava da explicação fornecida.
A Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) realizou exames no corpo de Robéria e confirmou que não havia sinais de trauma que justificassem a morte por acidente de trânsito. O laudo concluiu que a jovem foi morta por asfixia por compressão cervical, descartando a possibilidade de um acidente fatal.
Diante das novas evidências, a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Crato assumiu o caso e solicitou a prisão preventiva do suspeito. Ivanildo foi detido e levado à DDM, onde o mandado de prisão foi cumprido. Ele agora está à disposição da Justiça e será investigado pelo crime de feminicídio.
A delegada Camila Brito, responsável pela investigação, afirmou que a simulação do acidente foi desmontada graças à perícia detalhada realizada pela Pefoce, que indicou que Robéria já estava morta antes da colisão. “A perícia foi fundamental para descartar a versão do acidente e direcionar a investigação para o feminicídio”, declarou Brito.
A família de Robéria revelou que ela já havia se encontrado com o suspeito uma semana antes do crime. Ivanildo trabalhava como motorista de transporte alternativo entre a zona rural do Crato e o centro da cidade.