Anúncio
Hospedagem de sites ilimitada superdomínios
Revista Cariri
  • Início
  • Últimas
  • Regionais
    • Crato
    • Barbalha
    • Juazeiro do Norte
    • Cariri
  • Segurança
  • Brasil
  • Política
    • Análises
  • Saúde
  • Classe A Rádio Hits
  • Rádio Forró das Antigas
  • Contato

Sem Resultado
Ver resultados
  • Início
  • Últimas
  • Regionais
    • Crato
    • Barbalha
    • Juazeiro do Norte
    • Cariri
  • Segurança
  • Brasil
  • Política
    • Análises
  • Saúde
  • Classe A Rádio Hits
  • Rádio Forró das Antigas
  • Contato
Sem Resultado
Ver resultados
Revista Cariri
Sem Resultado
Ver resultados
PUBLICIDADE

As escolhas de ser ou não ser mãe – Por Mirta Lourenço

Colunista escreve semanalmente no Revista Cariri

28 de junho de 2025
As escolhas de ser ou não ser mãe – Por Mirta Lourenço

(Foto: Alicia Petresc/Unsplash)

PUBLICIDADE

Durante décadas, a imagem da mulher brasileira esteve colada à maternidade. Era quase um destino traçado: casar, ter filhos, cuidar da casa. Mas os tempos mudaram, e o Censo 2022 veio como uma espécie de espelho: a taxa de fecundidade caiu para 1,55 filhos por mulher — muito abaixo da chamada taxa de reposição populacional, de 2,1. E, mais do que isso, as mulheres estão tendo filhos mais tarde, quando decidem ter.

Essa não é uma mudança repentina ou arbitrária. A ciência demográfica acompanha o fenômeno desde meados do século passado. Nos anos 1960, a média era de mais de seis filhos por mulher. Era um Brasil rural, com pouco acesso à educação formal e a métodos contraceptivos. As mudanças vieram com o avanço da urbanização, o crescimento do ensino feminino e, principalmente, com o planejamento familiar deixado de ser tabu.

Muitas dessas decisões, hoje, são movidas pela autonomia. Quando uma mulher escolhe adiar ou mesmo não ter filhos, está exercendo o direito básico de decidir sobre o próprio corpo, o próprio tempo e, sobretudo, o próprio futuro. E isso não é um movimento isolado ou meramente individual. É o reflexo de uma sociedade que começa a permitir outras formas de realização — inclusive para as mulheres.

Por trás das estatísticas estão camadas de causas sociais. Mulheres estudam mais, trabalham fora, sustentam casas inteiras e, muitas vezes, não têm rede de apoio para dividir o cuidado com uma criança. E se os filhos dependem não apenas de amor, mas também de creche, alimentação, estabilidade emocional e segurança, então a decisão de adiar ou abrir mão da maternidade é, muitas vezes, uma demonstração de lucidez — e não de frieza.

Há também uma mudança silenciosa nos valores. Se antes a maternidade era tratada como “natural” e obrigatória, hoje ela é mais frequentemente discutida como escolha. A mulher que diz “não quero ter filhos” ainda enfrenta julgamentos — sobretudo em famílias e círculos mais tradicionais —, mas já não é um escândalo. É uma possibilidade, reconhecida com mais empatia por quem entende que a vida não é roteiro fixo.

Curiosamente, quanto mais acesso à educação e à saúde reprodutiva, menor a taxa de fecundidade. O dado não é apenas técnico; ele revela que o conhecimento liberta. Uma mulher bem informada sabe como se prevenir, conhece seus direitos e, mais importante, aprende que pode escolher o que quiser — inclusive querer menos, ou nada, no campo da maternidade.

A idade média da maternidade no Brasil passou de 26,3 para 28,1 anos em duas décadas. Isso significa que muitas brasileiras estão esperando mais tempo para planejar uma gravidez — quando têm estabilidade, quando estão em relacionamentos mais maduros, ou simplesmente quando sentem que chegou a hora. Isso também é cuidado, com o filho e consigo mesma.

Num país ainda marcado por desigualdades, é preciso reconhecer: a decisão de ter ou não filhos é influenciada também por classe, cor, território. Mulheres negras, pobres, periféricas e indígenas continuam com taxas mais altas de fecundidade. Não porque sejam menos esclarecidas, mas porque vivem em contextos em que o acesso a serviços básicos ainda falha. A justiça reprodutiva é, também, uma questão de justiça social.

No fim das contas, os números do Censo não falam de uma crise. Falam de um novo tempo. Um tempo em que ser mãe não é destino, é decisão. Um tempo em que o planejamento da vida inclui, com cada vez mais força, a pergunta: eu quero? Porque a maternidade, mais do que biologia, é — e precisa continuar sendo — um exercício de liberdade.

Por Mirta Lourenço. Médica, professora, cronista e poetisa

*Este artigo é de inteira responsabilidade da autora, e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri

Revista Cariri Recomenda

Parem de nos matar! – Por Mirta Lourenço
Colunistas

Parem de nos matar! – Por Mirta Lourenço

13 de dezembro de 2025
Os perigos silenciosos de uma noite mal dormida – Por Mirta Lourenço
Colunistas

Os perigos silenciosos de uma noite mal dormida – Por Mirta Lourenço

6 de dezembro de 2025
Três questões anuladas, uma confiança destruída – Por Mirta Lourenço
Colunistas

Três questões anuladas, uma confiança destruída – Por Mirta Lourenço

22 de novembro de 2025
Agricultores de estrelas – Por Alexandre Lucas
Colunistas

Agricultores de estrelas – Por Alexandre Lucas

20 de novembro de 2025
Próximos
Garota do Momento, Dona de Mim e Vale Tudo: veja o resumo das novelas nesta segunda-feira (28)

Garota do Momento, Dona de Mim e Vale Tudo: veja o resumo das novelas neste sábado (28)

Reconstrução de escola indígena avança em Crateús e reforça identidade dos povos originários

Reconstrução de escola indígena avança em Crateús e reforça identidade dos povos originários

Colgate retira creme dental Clean Mint do mercado após alertas da Anvisa

Colgate retira creme dental Clean Mint do mercado após alertas da Anvisa

Mais Lidas

  • Fui bloqueado no WhatsApp. Como desbloquear?

    Fui bloqueado no WhatsApp. Como desbloquear?

  • Polo automotivo do Ceará pode receber mais quatro marcas, diz Elmano de Freitas

  • Defesa pede cirurgia urgente e prisão domiciliar para Bolsonaro após piora no quadro de saúde

  • Ceará reúne concursos e seleções com inscrições abertas; salários chegam a quase R$ 10 mil

  • Telebras abre concurso com 930 vagas e salários de até R$ 11,6 mil

© Revista Cariri - Desenvolvido por Clik Design.

Sem Resultado
Ver resultados

© Revista Cariri - Desenvolvido por Clik Design.

Controle sua privacidade
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento.
Funcional Sempre ativo
O armazenamento ou acesso técnico é estritamente necessário para a finalidade legítima de permitir a utilização de um serviço específico explicitamente solicitado pelo assinante ou utilizador, ou com a finalidade exclusiva de efetuar a transmissão de uma comunicação através de uma rede de comunicações eletrónicas.
Preferências
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para o propósito legítimo de armazenar preferências que não são solicitadas pelo assinante ou usuário.
Estatísticas
O armazenamento ou acesso técnico que é usado exclusivamente para fins estatísticos. O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos anônimos. Sem uma intimação, conformidade voluntária por parte de seu provedor de serviços de Internet ou registros adicionais de terceiros, as informações armazenadas ou recuperadas apenas para esse fim geralmente não podem ser usadas para identificá-lo.
Marketing
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para criar perfis de usuário para enviar publicidade ou para rastrear o usuário em um site ou em vários sites para fins de marketing semelhantes.
Gerenciar opções Gerenciar serviços Manage {vendor_count} vendors Leia mais sobre esses propósitos
Ver preferências
{title} {title} {title}
WhatsApp chat