Os Correios divulgaram nesta segunda-feira (12) um plano estratégico para tentar reverter o prejuízo de R$ 2,6 bilhões registrado em 2024, o maior desde 2016. Entre as medidas previstas estão cortes de despesas, suspensão de férias, incentivo à redução de jornada e salários, além de novas estratégias de investimento e receitas. O objetivo é economizar até R$ 1,5 bilhão em 2025.
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O documento, divulgado internamente e obtido pelo público nesta segunda, afirma que a empresa passa por um momento “desafiador” e precisa do engajamento de seus cerca de 86 mil empregados.
“Neste momento, a contribuição de cada empregada e empregado, por menor que pareça, é valiosa. Juntos, temos todas as condições de superar os desafios e construir um futuro mais promissor e vitorioso para nossa equipe”, afirma a direção da estatal.
📌 Principais medidas do plano:
• Revisão de cargos na sede dos Correios: corte de ao menos 20% no orçamento de funções comissionadas;
• Incentivo à redução da jornada de trabalho: com redução proporcional da remuneração nas áreas administrativas;
• Suspensão temporária de férias: a partir de 1º de junho de 2025, para o período aquisitivo de 2024. Retorno previsto a partir de janeiro de 2026;
• Prorrogação do Programa de Desligamento Voluntário (PDV): inscrições abertas até 18 de maio de 2025;
• Transferência voluntária de agentes dos Correios: com adicional de atividade mais vantajoso;
• Retorno ao trabalho presencial: obrigatório a partir de 23 de junho de 2025, exceto para empregados com decisão judicial contrária;
• Lançamento de novos planos de saúde: com economia estimada de 30%, em negociação com sindicatos;
• Criação de um marketplace próprio: previsto ainda para 2025;
• Captação de recursos: R$ 3,8 bilhões junto ao New Development Bank (NDB), voltados a novos investimentos.
📊 Queda nas receitas e aumento de custos
Segundo os Correios, o rombo bilionário se deve principalmente à queda nas receitas com encomendas internacionais, mas também houve um aumento significativo nas despesas operacionais, que subiram R$ 716 milhões em relação a 2023, totalizando R$ 15,9 bilhões — o maior valor desde 2017.
O principal fator de alta foi o custo com pessoal, que passou de R$ 9,6 bilhões em 2023 para R$ 10,3 bilhões em 2024. Esse aumento inclui:
• Acordo Coletivo de Trabalho: R$ 550 milhões;
• Reajuste no vale-alimentação/refeição: R$ 41 milhões.
Em seu relatório financeiro, a empresa destaca que apenas 15% das 10.638 unidades de atendimento tiveram superávit, enquanto 85% operam no vermelho.
“Mesmo com esse cenário, os Correios garantem o acesso universal aos serviços postais em todos os 5.567 municípios do país, com tarifas justas”, defende o documento.
♻️ Investimentos e metas ambientais
Apesar das dificuldades, os Correios afirmam que continuarão investindo em modernização e sustentabilidade. Em 2024, foram aplicados R$ 830 milhões — totalizando R$ 1,6 bilhão desde 2023.
Entre as aquisições de 2024 estão:
• 50 furgões elétricos;
• 3.996 bicicletas cargo com baú;
• 2.306 bicicletas elétricas;
• 1.502 veículos para renovação da frota.
A estatal prevê uma transição ecológica de cinco anos e reforça que a sustentabilidade será central no planejamento da empresa.
“Esperamos evoluir ainda mais em nossos propósitos de caráter social e ambiental”, afirma o comunicado.
Por Fernando Átila










