Trinta caminhões chegaram ao bairro de Rimal, na cidade de Gaza. Trouxeram ajuda humanitária: pão para quem tem fome, para quem tem vida efêmera. É verdade que os palestinos que correram em busca de comida já estavam mortos há vários dias, há vários meses, há várias décadas.
Eles já tinham sido assassinados anteriormente pela imprensa sebosa que nos dai hoje. Mortas friamente pela diplomacia cosmética, pela apologia das justificativas do domínio, pela defesa da solidez econômica dos bárbaros, portadores de armas de sofisticada civilização letal. Essa festa é sua, é de quem quiser, é de quem vier apontar as armas no churrasco usual dos cacs e milicianos eleitos pela graça de Deus.
Se havia outro destino que não a morte, não estava presente nesse episódio da série, que a elite branca escrota prefere não maratonar. Morte irrecusável essa, pois estava travestida de comida, comida para quem já estava de luto de si mesmo. As notas de repúdio são cretinas, a cara de babaca empunhando a bandeira de Israel, vestindo a camisa da seleção brasileira, vai muito além do que o desprezível hediondo.
Para a apologética neoliberal da imprensa sebosa, o mais novo ato de genocídio foi “um tumulto generalizado”; outro disse: “uma tragédia humanitária”; enquanto poucos esclarecem o genocídio. Ao que se sabe a CONIB não disse nada, ficou entre o silêncio das batatas do vencedor, bem rente ao chão, rastejando o seu poderio econômico sionista.
Um porta-voz do governo do premiê Benjamin Netanyahu, Avi Hyman, disse que: “Os caminhões ficaram sobrecarregados, e as pessoas que dirigiam os caminhões, que eram motoristas civis de Gaza, avançaram sobre as multidões, matando, de acordo com o que entendi, dezenas de pessoas”. O gabinete do ódio do clã Bolsonaro aprendeu com eles, fazem parte da mesma matilha.
O genocida indigerível mente com a mesma bandidagem de quem assassina quem tem fome, quem está na indigência da história, esperando ajuda humanitária. Sou perseguido, diz o abominável inelegível. O Brasil virou uma ditadura, diz Eduardo Bolsonaro para uma bactéria jornalística trumpista. Quem defende essa escória não diz nada, pois está completamente entupido por dejetos alienados, na fila do dízimo, em nome de Deus, da pátria e da família.
Por Marcos Leonel – Escritor e cidadão do mundo
*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri