No Brasil e em outros países, a vacinação contra a Covid-19 já começou. Acontece que, além de ser uma esperança para a população, esse movimento é explorado por cibercriminosos que se aproveitam do desespero das pessoas para oferecer vacinas de mentira em troca de dinheiro e informações pessoais.
Em dezembro de 2020, o FBI, departamento de investigação dos Estados Unidos, alertou aos usuários de internet que os golpes cibernéticos relacionados às vacinas estavam aumentando. Diversos e-mails e ligações portando informações falsas foram desvendados: eles garantiam às pessoas que poderiam receber uma vacina sem a necessidade de esperar que as autoridades os comunicassem da disponibilidade.
“Detectamos que os cibercriminosos estão usando o interesse do público em obter uma vacina o mais rápido possível, por isso solicitam informações pessoais e dinheiro por meios como e-mails”, diz o alerta do FBI. Da mesma forma, a Federal Trade Commission dos EUA indica já ter identificado ameaças do tipo e orienta que os cidadãos não respondam a e-mails, mensagens ou ligações sobre oferta de vacinas, bem como aquelas vendendo supostos kits de teste para a Covid-19.
É com esse cenário em mente, que pode se espraiar pelo Brasil, que quero compartilhar recomendações para os usuários de internet e celular a fim de evitar que sejam vítimas de golpes envolvendo as vacinas. Golpes feitos por criminosos que se aproveitam de uma crise de saúde pública.
Identifique e-mails e sites fajutos
A primeira dica para detectar páginas e e-mails com informações falsas é simples: repare no texto. Eles geralmente têm erros grosseiros de ortografia e concordância. Também é importante verificar o site ou remetente. Em 2020, um e-mail falso foi emitido em nome da Organização Mundial da Saúde (OMS) com supostas informações sobre a Covid-19, mas que buscava roubar dados de usuários. Por isso, em vez de acessar links encaminhados por aí, é preferível entrar diretamente nos sites oficiais das agências de saúde.
Outra forma de reconhecer um e-mail cujo conteúdo tem fins maliciosos é o site para o qual ele é redirecionado. Se o link contido no e-mail for um HTTP e não um HTTPS, isso significa que ele não possui o certificado de segurança que indica que a comunicação entre o usuário e o site está criptografada. Nesse caso, é prudente abandonar imediatamente a página.
Não compartilhe informações pessoais
Às vezes, os golpistas pedem que o usuário compartilhe informações como números de documentos e contas bancárias sob a promessa de fornecer a vacina ou os medicamentos sem ter que esperar os prazos do governo. É importante lembrar que não há razão para um comunicado de saúde solicitar aos usuários informações confidenciais, como senhas e cartões de banco. Se isso ocorrer, não compartilhe nenhuma informação.
Tente criar senhas diferentes
Se um criminoso conseguir acessar seu e-mail e descobrir que a mesma senha é usada para abrir outras plataformas, o risco de roubar dados aumenta. É por isso que recomendo a utilização de senhas diferentes para cada plataforma em que você se cadastra: redes sociais, apps de entretenimento, sites de banco etc.
Nunca baixe um arquivo que você não solicitou
Se você receber um e-mail com anexos que não solicitou, não faça o download: na maioria das vezes, esses documentos podem conter vírus. Em caso de dúvida sobre a legitimidade de um e-mail, você não deve clicar em nenhum link ou baixar nenhum arquivo, devendo entrar em contato com a empresa ou serviço que supostamente o enviou, sempre por meio dos canais oficiais de atendimento ao cliente.
Você não precisa pagar pela vacina
Por fim, não se esqueça de que o Ministério da Saúde informa que a vacina contra a Covid-19 será gratuita e universal, a ser aplicada em etapas com prioridade para trabalhadores do setor da saúde e idosos. Não existe nenhuma empresa ou organização autorizada a comercializar a vacina no Brasil. Qualquer oferta desse tipo deve ser ignorada.
Por André Carneiro. Country manager da Sophos, empresa especializada em segurança da informação
Fonte: Veja Saúde