Na História brasileira não existe nenhum presidente, nenhum ditador calhorda, nenhum político de meia tigela que tenha sido desmascarado como sendo mentiroso, que tenha instrumentalizado a mentira para trair o próprio povo, como Bolsonaro tem sido, sistematicamente, com provas e contra provas. Inclusive com postagens apagadas pelos administradores das principais redes sociais, por serem postagens mentirosas. É a maior falta de caráter da História política brasileira, o que não é fácil atingir esse pódio entre tantos bandidos do primeiro ao último escalão da vida pública do Brasil, presente, futura, ou maldosamente posta no passado, no esquecimento da memória, como são os inúmeros casos de corrupção durante a Ditadura Militar.
A disposição para a decadência moral, para o assassinato da ética, bem como da tendência inata para a falta de escrúpulos, não são falhas da conduta ou anomalias psicossociais, são habilidades e competências para o crime cultivadas no solo fértil do Congresso Nacional, em seus mais de 27 anos de carreira, inócua, eleito consecutivamente pelo estado do Rio de Janeiro, o epicentro da criminalidade e da corrupção no Brasil, desde que a Família Real chegou e fundou o cabaré brasílis. A falta de estirpe tem marcado a conduta pública de Bolsonaro de forma tão evidente que fica praticamente impossível dissociar a sua personalidade decaída e bandida, da personalidade de quem defende veementemente esse patife.
A crise da pandemia potencializou o que a parte sã da sociedade já sabia, antes mesmo da campanha eleitoral: o mandatário da nação é despreparado até para o cargo de síndico de condomínio. Vale ressaltar que a economia brasileira já tinha ido para o brejo antes do novo coronavírus. Sendo assim, quando as várias situações emergenciais de agravamento do cenário internacional começaram a se mostrar complexas e passaram a exigir profissionalismo, discernimento administrativo e liderança, o fracasso retumbante da equipe governamental, formada por embusteiros, picaretas e militares anacrônicos, que ainda estudam o despotismo esclarecido como viabilidade de usurpar o poder, vieram à tona para os ignorantes, integrantes ativos do grande curral, para os que votaram por contrariar a esquerda, e para os oportunistas que o apoiaram por tramas diversas.
Mas não para os canalhas da elite xucra que saíram em carreata, sem saírem de suas propriedades móveis, pedindo para o povo morrer por seus investimentos neoescravocratas e suas contas bancárias de “empreendedores”, que é outra categoria de criminoso. A História tem mostrado isso de forma didática. Só, e somente só, quem continua na fileira de crápulas são os ungidos pelo dízimo, os que pensam que são ricos, os que pensam que contribuem para empatia neoliberal e os bandidos de grife, afeitos ao discurso do ódio. E, claro, a geração CAPIM – Com Ausência Permanente de Intelectualidade Mínima, que continua servindo como almofada de vaso sanitário e continua vomitando as desculpas de campanha: Lula tá preso babaca; Lula tá solto babaca; pode dizer tudo babaca, mas o mito é honesto. Esse é o verdadeiro esgoto que o brasileiro imbecil e pobre de espírito mergulha e fica imune à verdade.
Bolsonaro está isolado. Sem capital político. Sem envergadura moral. Sem partido. Foi abandonado pela escória do centrão. Foi abandonado pela corja do PSDB, incluindo aí o verme Doria e o palhaço Luciano Huck. Foi abandonado pela quadrilha do MDB, incluindo aí Temer e golpistas safados como Romero Jucá. Foi espetacularmente abandonado pela organização criminosa do DEM. Incluindo o miliciano ruralista Ronaldo Caiado e o parasita Rodrigo Maia. Foi abandonado pela lama tóxica da Globo, da Folha de S.Paulo, da Bandeirantes, da Veja, todas as instituições reconhecidas pela alta proficiência em manter o povo na imbecilidade. Foi abandonado até pela maior evacuação de excrementos em forma humana: Trump, que tem como especialidade fazer o miliciano de otário publicamente. Foi Trump, o fétido, que fomentou a ideia de que é melhor salvar a economia e deixar os pobres morrerem, são vítimas de guerra. Diante da realidade americana, ele mudou o discurso e deixou Bolsonaro igual a mudança que cai do cachorro. O chefe foi abandonado pela periculosidade da sua faltade plano de governo e pelo seu amadorismo infantil.
Bolsonaro construiu sua campanha eleitoral estruturada na mentira e na ideologia fundamentalista de extrema direita. Nunca abandonou a campanha, nunca parou de mentir descaradamente e depois pedir desculpas, como também nunca parou de cometer crimes de lesa pátria, tendo como assessoria para o discurso do ódio e do separatismo, um carrapato que vive pregado no saco escrotal de um rato que gostaria de ter lambido o sangue de uma sessão de tortura, num quarto obscuro de nossa História, chamado Olavo de Carvalho. Desde que assumiu a presidência, esse exemplar da escatologia brasileira, nunca governou. Ainda está em campanha. Seu único plano de governo é criar um motivo para um golpe militar. Para isso ele mente de forma escabrosa, ao mesmo tempo em que é desmascarado publicamente e faz seus aliados de idiotas.
Hoje, justamente no primeiro de abril, dia da mentira, foi protagonizada a cena mais emblemática do que de fato é feito Bolsonaro. Em pronunciamento nacional e sem a presença dele, o suposto presidente, vários ministros do governo apresentaram argumentos que contrariam a postura criminosa de Bolsonaro em desdenhar a letalidade do vírus e insistir na circulação de pessoas, com a desculpa de que o Brasil não pode parar, colocando o povo brasileiro em risco. Isso mostra que ele também foi abandonado pelos próprios ministros, exceto um: Paulo Guedes, mentiroso, desqualificado e criminoso igual ao chefe. A paródia de ministro da economia, para justificar sua criminosa e planejada demora em liberar as verbas de assistência econômica e social, mentiu descaradamente em rede nacional, afirmando que houve um problema técnico e que a culpa da demora é do Congresso, que não votou ainda uma PEC. Foi desmascarado em rede nacional pelas autoridades envolvidas no caso.
Enquanto essa vergonha acontecia outra se apresentava mais grave ainda. Pela manhã, Bolsonaro compartilhou um vídeo feito por um criminoso, que supostamente mostrava a falta de abastecimento da CEAGESP, em São Paulo. O que confirmaria a necessidade da quebra do isolamento social pregada por Bolsonaro. Mesmo no dia dela mesma, a mentira tem pernas curtas e consequências graves. Em rede nacional a Globo mostrou que nada disso era verdade, mostrou imagens e entrevistas com personagens, confirmando que tudo estava em ordem e plenamente abastecido. A saída foi a de sempre: pedir desculpas por ser criminosamente mentiroso. Sabemos que o Supremo é uma mentira, que o Congresso é outra mentira contumaz, e que o presidente é a origem da mentira. Resta saber de você, que ainda apoia esse mito, com toda carga de mentira que essa expressão tem, se você ainda se vê quando se olha no espelho. Cuida! Você já está desaparecendo, pois você é a maior e mais criminosa mentira de todas.
Por Marcos Leonel – Escritor e cidadão do mundo
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