Os adoçantes são substâncias químicas —obtidas de matérias-primas naturais ou artificiais — desenvolvidas pela indústria de alimentos com o objetivo principal de substituir o açúcar. Entre os favoritos estão o xilitol e o eritriol, ambos naturais e com baixo valor calórico. Mas na hora de escolher um, qual o melhor?
Apesar de muitas semelhanças, o eritritol vence essa batalha. Primeiro porque ele praticamente não tem calorias: enquanto o xilitol tem 2,4 por grama, proveniente do carboidrato presente em sua composição, o eritritol tem 0,2 calorias por grama, sendo mais vantajoso para quem deseja controlar o peso.
No entanto, isso não significa que a pessoa pode comer um bolo à vontade só porque adicionou o adoçante à sua preparação. O processo de emagrecimento é multifatorial e exige mudanças no estilo de vida que incluem comportamento, alimentação, atividade física, manejo do estresse, entre outros.
Outra vantagem do eritritol sobre o xilitol é em relação à sua tolerância. De acordo com alguns estudos clínicos, a ingestão do eritritol é bem tolerada e não provoca efeitos colaterais gastrointestinais em níveis de consumo de 2 a 4 vezes maiores em comparação a outros polióis. Estudos mostram que 90% do eritritol é eliminado pela urina, restando uma pequena parte, apenas 10%, para ser fermentado pelas bactérias intestinais, não ocasionando tantas alterações indesejáveis. No entanto, é importante destacar que mesmo não tendo um forte impacto no intestino, se utilizado em quantidade excessiva, o eritritol pode causar mal-estar.
Já o xilitol, quando usado em grandes quantidades e/ou alta frequência, pode causar desconfortos gastrointestinais, como flatulência, cólicas e diarreia, porque a parte não absorvida, cerca de 50% a 70%, caminha para o cólon, estando sujeito à fermentação pelas bactérias intestinais.
Entretanto, nos dois casos, vale ressaltar que a tolerância é individual. Não há um limite especificado de IDA (ingestão diária aceitável) para nenhum poliol, incluindo o eritritol e o xilitol, mas de acordo com o FDA (Food and Drug Administration), o valor máximo recomendado para o xilitol é de 60 gramas ao dia.
Semelhanças
Além de serem adoçantes naturais, o xilitol e eritritol não têm sabor residual, isto é, não ficam com aquele gostinho amargo na boca: o sabor de ambos é doce, parecido com o açúcar. Eles também fazem parte do mesmo grupo, os polióis, que são carboidratos.
Os dois ainda podem ser aquecidos e usados em quaisquer alimentos e bebidas, como café, chá, sucos, e têm baixo impacto nos níveis de açúcar no sangue. O xilitol não eleva a glicemia da mesma forma que o açúcar, já o índice glicêmico do eritritol é igual a zero.
Ambos são considerados seguros para pessoas com diabetes, mas não são essenciais no tratamento para esses pacientes. Eles auxiliam na redução do consumo de calorias e açúcares, mas é importante estimular as pessoas de forma geral a usar frutas para adoçar e adaptar o paladar ao sabor natural dos alimentos, essas ainda continuam sendo as escolhas mais saudáveis.
O xilitol, por exemplo, é naturalmente encontrado em mínimas quantidades em algumas frutas e vegetais, como ameixa, morango, couve-flor e abóbora. O xilitol em pó, que passa por uma modificação química, é extraído principalmente do milho.
O eritritol também está naturalmente presente em alguns tipos de plantas e frutas, como melão, pera, uva. Na indústria alimentícia ele é produzido a partir da glicose extraída do milho ou trigo que posteriormente é fermentada por leveduras.
Fontes consultadas: Maria de Lourdes Machado, nutricionista do Núcleo de Endocrinologia e Diabetes de Sergipe, membro da Sociedade Brasileira de Diabetes da regional Sergipe, mestranda pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), e especialista em doenças crônicas pelo Hospital Israelita Albert Einstein; Elaine Cristina Moreira, nutricionista formada na USP (Universidade de São Paulo), também especialista em doenças crônicas pelo Hospital Israelita Albert Einstein e nutrição materno infantil; realiza consultoria para indústria de alimentos; Rachel Freire, nutricionista especialista em obesidade, pesquisadora, professora do IPEMED (Instituto de Pesquisa e Ensino Médico), colaboradora da ONG Obesidade Brasil e pós-doutora pela Harvard Medical School
Fonte: VivaBem/UOL