Hábitos saudáveis são importantes aliados para a manutenção da qualidade de vida. Praticar atividades físicas, dormir bem, buscar assistência médica, além de manter uma boa alimentação, são alguns comportamentos que devem fazer parte da rotina de todos. Para aqueles que têm diabetes, doença crônica em que o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz, as práticas são fundamentais para o controle da síndrome.
Além de dieta equilibrada e atividades físicas frequentes, as pessoas com diabetes precisam estar atentas aos exames e medicamentos para prevenção das complicações que o descontrole da patologia pode causar. “Todos esses comportamentos estão interligados. É cuidando da alimentação, do peso, com atividade física e com uso dos medicamentos, que as taxas ficarão controladas”, pontua a médica endocrinologista Marcela França.
A especialista complementa que a educação e o acompanhamento profissional devem ser priorizados. “Para que a pessoa consiga adotar os comportamentos no dia a dia, é fundamental que ela tenha conhecimento em diabetes, motivação, empoderamento e encontre uma equipe que promova o autocuidado apoiado”, indica.
Alimentação, atividade física e taxas
A alimentação de uma pessoa com diabetes não deve ser diferente das demais pessoas que têm o estilo de vida saudável e deve ser compartilhada com sua família. A nutricionista Roseane Feitosa ressalta que uma alimentação benéfica para a saúde deve ser rica em frutas, verduras e legumes e livre de corantes e conservantes. “A nutrição adequada não é privilégio do paciente com diabetes e deve ser priorizada por todas as pessoas. É uma decisão em mudar o estilo de vida, para se ter uma vida com mais saúde e qualidade”, orienta Feitosa. “O ideal é fracionar o aporte calórico em pequenas porções de três em três horas, de maneira que sempre mantenha o equilíbrio na produção fisiológica da insulina”.
A prática regular de atividade física é outro ponto. “A prática de exercícios garante força muscular, equilíbrio no peso e auxilia na circulação sanguínea”, afirma Débora Barroso, fisioterapeuta da unidade. “E é ainda eficaz no controle dos níveis glicêmicos, na redução dos níveis de colesterol, da pressão arterial e do excesso de peso”.
Redução de complicações
A diabetes é uma doença sem cura, mas que tem controle. Para isso, além das medidas citadas anteriormente, a administração correta das medicações, o acompanhamento com profissionais e o conhecimento sobre a doença fazem toda a diferença no tratamento e na vida da pessoa com a síndrome metabólica.
Doenças cardiovasculares estão entre as consequências mais comuns do descontrole da doença. “A causa mais comum de mortalidade no paciente diabético é a doença cardiovascular, tendo como um de seus principais representantes a doença arterial coronariana (DAC)”, diz a cardiologista Ana Lúcia de Sá.
Isso decorre por vários motivos. Além da diabetes ser um fator de risco para a doença, os pacientes apresentam, com frequência, distúrbios do colesterol e da hipertensão arterial. “Esses fatores, quando juntos, aumentam muito a chance do paciente vir a desenvolver a DAC”, frisa.
A hereditariedade também pode influenciar, pois os indivíduos diabéticos que têm parentes de primeiro grau – homens acima de 55 anos e mulheres acima de 65 anos de idade – que tiveram eventos coronarianos nesta faixa etária têm mais chance de obstruir artérias coronárias. Por isso, reduzir os riscos é importante. “A pessoa com diabetes deve evitar o consumo de bebidas alcoólicas, o tabagismo, além de controlar o estresse. O paciente deve também manter a glicemia e a pressão arterial sob controle, como também os níveis do colesterol”, destaca a cardiologista.
Todos os comportamentos só serão cumpridos se a pessoa optar por adaptar-se a uma rotina mais sadia. “É preciso identificar uma motivação pessoal, estabelecer metas e desenvolver formas saudáveis de lidar com os desafios do diabetes. Comemorar cada conquista, cada meta alcançada, é fundamental. Parabenizar-se faz parte do sucesso, da adaptação”, argumenta a endocrinologista Marcela França.