A crença popular de que é necessário comer de três em três horas para manter o metabolismo acelerado e obter um melhor controle sobre o peso tem sido difundida por décadas. No entanto, ao longo dos anos, a ciência tem lançado luz sobre essa questão e revelado que esse hábito não é tão essencial como muitos acreditavam. Neste texto, vamos explorar a verdade sobre comer de três em três horas, com base em evidências científicas e na compreensão atual dos especialistas em nutrição.
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O mito de comer de três em três horas ganhou popularidade principalmente devido a duas premissas aparentemente plausíveis: a primeira é que pequenas refeições frequentes aceleram o metabolismo, e a segunda é que, ao fazer isso, evitamos ficar com muita fome e, portanto, exagerar nas refeições subsequentes. No entanto, é importante examinar mais profundamente essas afirmações e entender como nosso corpo realmente funciona em relação à alimentação.
Primeiramente, o conceito de que comer pequenas porções com mais frequência aumenta o metabolismo é um equívoco. Estudos mostraram que o aumento do metabolismo associado à digestão de alimentos é proporcional à quantidade total de alimentos consumidos, e não à frequência das refeições. Em outras palavras, o impacto do metabolismo é o mesmo, independentemente de você comer essas calorias em três refeições grandes ou em várias refeições menores ao longo do dia.
Além disso, a capacidade do corpo humano de regular o metabolismo é muito mais complexa do que simplesmente depender da frequência das refeições. Fatores como idade, sexo, composição corporal, níveis hormonais e atividade física são alguns dos elementos que influenciam a taxa metabólica de uma pessoa. Portanto, não há uma abordagem única que se aplique a todos para acelerar o metabolismo.
Quanto à ideia de que comer de três em três horas ajuda a evitar a fome extrema e, assim, evita excessos nas refeições subsequentes, também existem estudos que contradizem essa afirmação. A fome é um mecanismo complexo controlado por vários hormônios, e a frequência das refeições pode não ser o único fator determinante. Pessoas que adotam padrões alimentares como o jejum intermitente, por exemplo, relatam uma melhora na saciedade e no controle do apetite sem a necessidade de comer de três em três horas.
Outro aspecto importante a ser considerado é que, para muitas pessoas, a necessidade de comer de três em três horas pode ser inconveniente e até mesmo contraproducente. Na correria do dia a dia, nem sempre é possível parar para comer a cada três horas, o que pode levar a escolhas alimentares menos saudáveis e a um aumento do estresse relacionado à alimentação. Além disso, quando nos forçamos a comer quando não estamos com fome, podemos acabar ignorando os sinais naturais de saciedade do nosso corpo, o que pode levar ao ganho de peso a longo prazo.
É importante ressaltar que a nutrição não é uma ciência exata e que cada pessoa pode responder de forma diferente a diferentes padrões alimentares. Algumas pessoas podem se sentir melhor comendo refeições menores e mais frequentes, enquanto outras preferem refeições maiores e menos frequentes. O mais importante é ouvir os sinais do próprio corpo, comer quando se sente fome e parar quando estiver satisfeito.
Em resumo, a crença de que é necessário comer de três em três horas para manter o metabolismo acelerado e controlar o peso não possui fundamentação científica sólida. A frequência das refeições não é o principal fator que influencia o metabolismo, e forçar-se a comer nesse padrão pode não ser prático nem benéfico para todos. Em vez disso, é fundamental adotar uma abordagem equilibrada à alimentação, baseada em alimentos nutritivos e atenta às necessidades individuais do corpo. Sempre que possível, é recomendável consultar um nutricionista ou profissional de saúde qualificado para orientação personalizada sobre hábitos alimentares adequados e saudáveis.
Por Bruno Rakowsky