Os transtornos alimentares são problemas relacionados à alimentação e que podem ter diferentes causas, sejam elas psicológicas, sociais ou até mesmo genéticas. Eles são muito mais graves que hábitos alimentares irregulares ou desejos incontroláveis.
As pessoas que sofrem com esses transtornos muitas vezes relutam em procurar ajuda e se tornam especialistas em disfarçar a própria doença.
Os sinais mais óbvios que indicam que o indivíduo pode vir ter algum distúrbio alimentar são: preocupação com a quantidade de comida, perda rápida de peso, vômitos, cansaço extremo, fraqueza muscular, obesidade, problemas dentários, dentre outros.
Se você, ou algum membro de sua família, apresenta um ou mais sintomas, é indicado procurar o mais rápido possível ajuda de profissionais da saúde. O diagnóstico precoce é um fator vital para o sucesso do tratamento.
Atenção: Para ter o diagnóstico correto dos seus sintomas e fazer um tratamento eficaz e seguro, procure orientações de um médico ou farmacêutico.
Tipos de transtornos alimentares: quais são eles?
Anorexia nervosa, bulimia nervosa e compulsão alimentar são os três tipos mais famosos de transtornos alimentares, mas não só eles que são perigosos. Existem diversos outros tipos, que não são muito conhecidos pela maioria das pessoas.
Os sintomas desses transtornos costumam ser diferentes, por isso é bem importante entender quais são eles. Selecionamos 10 distúrbios para falar um pouquinho sobre, confira!
1. Anorexia Nervosa
Assim como a maioria dos distúrbios, a anorexia afeta principalmente adolescentes e mulheres jovens. Pessoas que têm de manter limites de peso rigorosos por motivos profissionais estão entre as que correm mais risco de sofrer dessa doença, como:
• Joquéis;
• Atletas;
• Bailarinos;
• Modelos.
Hoje, a anorexia nervosa é considerada o resultado de uma mistura específica de fatores genéticos e sociais, incluindo o estresse extremo. Um funcionamento defeituoso do hipotálamo, o regulador do nosso apetite, também pode ser uma causa.
Até mesmo o gene envolvido na ação da substância serotonina, que é produzida no cérebro, pode tornar algumas pessoas mais suscetíveis à doença.
O tratamento combina aconselhamento psicológico e terapia com medicamentos, e talvez até uma internação hospitalar. Os nutricionistas podem desenvolver um programa alimentar específico para ajudar a estimular o retorno à alimentação normal.
2. Bulimia nervosa
As causas psicológicas são, em sua maioria, as mesmas da anorexia, mas os pacientes usam a alimentação compulsiva para compensar os sentimentos de depressão, solidão e desamparo.
Os bulímicos ficam famintos e se empanturram de enormes quantidades de comida, na maioria das vezes escondidos. Depois, se sentem mal e acabam forçando vômitos ou até mesmo fazem o uso de laxantes ou diuréticos.
Esse modelo cíclico de comportamento é considerado mais comum que a anorexia. Purificar o próprio organismo é uma forma de retomar o controle, mas também é uma fonte de vergonha e repugnância.
A natureza sigilosa da bulimia torna o distúrbio difícil de ser detectado, especialmente quando o doente mantém um peso normal. É comum para os bulímicos manterem um estilo de vida e uma carreira aparentemente normais, mas os sinais físicos não demoram a aparecer, como:
• Esmalte do dente corroído devido à acidez do estômago;
• Inflamações na garganta;
• Oscilações de peso;
• Distúrbios digestivos;
• Depressão;
• Ansiedade;
• Desnutrição;
• Fadiga.
Os bulímicos não comem os alimentos por seus valores nutricionais. Bolos, biscoitos, batatas fritas, chocolates e doces são geralmente escolhidos no lugar de alimentos saudáveis. Orientadores e nutricionistas podem oferecer conselhos práticos sobre como recuperar os padrões alimentares saudáveis.
3. Ortorexia nervosa
Menos conhecido que os citados acima, esse transtorno alimentar caracteriza-se por uma preocupação excessiva em se alimentar de maneira saudável, tendo controle sobre os hábitos nutritivos.
Indivíduos com esse tipo de transtorno podem ter uma perda de peso acentuada por serem muito regrados com alimentação, fazendo com que, muitas vezes, se recusem a comer ao lado de outras pessoas pois não querem se alimentar com refeições que não foram preparadas de acordo com as restrições impostas por eles próprios.
Os sintomas mais aparentes são:
• Não ingerir alimentos com sal, açúcar e gordura;
• Não procurar ajuda de nutricionistas;
• Dieta extremamente restritiva;
• Isolamento social;
• Anemia;
• Depressão (principalmente ao sentir culpa após ter ingerido alimentos que fogem da “dieta”).
4. Síndrome de Pica
Também conhecido como Alotriofagia, esse distúrbio tem como característica principal a ingestão de substâncias que não são alimentos, exemplos:
• Pedra;
• Carvão;
• Terra;
• Cabelo;
• Batom, dentre outros.
Essa condição, muitas vezes, pode ser considerada até como um transtorno mental. Indivíduos com esse distúrbios podem ter problemas de perfuração no intestino, intoxicação, infecções, deficiência nutricionais, além do possível atraso no desenvolvimento físico e mental.
5. Transtorno Alimentar Restritivo/Evitativo (TARE)
Esse transtorno alimentar caracteriza-se pela falta de interesse em comer alguns alimentos, seja por causa da sua textura ou cor, por exemplo. Isso faz com que os indivíduos tenham nutrientes insuficientes no corpo, acarretando em prejuízos nutricionais, comportamentais e na socialização.
A grande diferença desse transtorno alimentar para os outros é que os indivíduos não se importam com a sua aparência ou peso, a única questão é a rejeição à alimentos por conta de diversos fatores.
6. Compulsão alimentar
Pessoas com compulsão alimentar costumam comer muito e tendem a ter excesso de peso, mas raramente se “purificam” ou restringem a dieta.
Acredita-se que esse distúrbio afete mais pessoas que a anorexia e a bulimia. Em alguns casos, crises de superalimentação podem estar intercaladas com regime.
Em pesquisa realizada pela Faculdade de Saúde Pública da USP, constatou-se que 10,3%, dos 1.167 alunos entrevistados, sofrem de compulsão.
O transtorno alimentar é mais o resultado de um problema psicológico, como reação a um trauma, sendo a alimentação a única forma de se satisfazer. Além do perigo causado pelo excesso de peso, os efeitos psicológicos podem ser graves. Eles incluem culpa, depressão, vergonha e a sensação de não ter controle.
7. Transtorno Alimentar Noturno
Também conhecido como Síndrome do Comer Noturno, esse distúrbio consiste em episódios recorrentes de alimentação excessiva durante a noite. Ele tende a ser desencadeado por estresse e ocorre, normalmente, com pessoas que já sofrem com excesso de peso.
Os indivíduos com esse transtorno alimentar costumam apresentar os seguintes sintomas:
• Anorexia matutina: não se alimenta durante a a manhã e nem ao longo do dia;
• Hiperfagia noturna: por não comer ao longo do dia, à noite o consumo de alimentos é feito de forma exagerada;
• Insônia: por se alimentar demais durante a noite, o indivíduo tem dificuldades para dormir.
8. Hiperfagia
Considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença, a hiperfagia caracteriza-se pela alimentação excessiva desencadeada por episódios de estresse ou depressão.
Os indivíduos que apresentam esse transtorno alimentar costumam fazer grandes refeições sem sentir fome ao longo do dia, sendo essa a diferença entre ele e a síndrome do comer noturno.
Ao contrário também de outros transtornos alimentares, como a bulimia, não se é feito vômito ou uso de laxantes após comer excessivamente, fazendo com que o ganho de peso ocorra de maneira muito rápida.
Fonte: Seleções