Dos 549 pacientes hospitalizados com síndrome respiratória aguda grave (SRAG) causada pelo novo coronavírus no Ceará, 187 já foram curados, conforme o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) na quarta-feira (22). Em contrapartida, 240 casos evoluíram para óbito e 122 pessoas permanecem hospitalizadas.
O Ceará já contabiliza mais de 4,4 mil casos confirmados de Covid-19, até as 9h desta quinta-feira (23). Fortaleza segue apresentando o maior número de internados com SRAG por coronavírus, com 456 casos, seguido por Caucaia, com 11 pacientes; Eusébio e Maranguape, ambos com 9 pacientes internados. O restante se distribui em outros 39 municípios do Estado.
O grupo que apresenta maior proporção de casos são as mulheres acima de 60 anos (25%), seguidas por homens entre 70 e 79 anos (24,4%). Dentre os principais sintomas apresentados entre os pacientes hospitalizados estão febre (85,4%), tosse (83,4%), dispneia (76,9%) e desconforto respiratório (57,9%). Segundo o boletim, dos pacientes com SRAG por coronavírus, 469 tinham alguma doença crônica, enquanto 180 apresentavam doença cardiovascular.
Eliezer Saldanha, de 75 anos, se somou aos curados na noite de quarta-feira, quando recebeu alta do Hospital Leonardo Da Vinci, em Fortaleza unidade médica responsável por acolher doentes contaminados com o novo coronavírus. A ambulância saía do hospital com destino à sua casa no município de Barreira, a 85,5 km da capital cearense.
Outro caso de recuperação é o do cearense Raymundo Rebouças, 44 anos, que ficou em isolamento domiciliar por seis dias após ser liberado no final de março (29). “A sensação é de morrer afogado no seco. Você puxa o ar e não vem”, compartilha. Além da Covid-19, com sintomas de febre e falta de ar, ele também desenvolveu pneumonia.
“Depois de tudo que eu passei, hoje estou no céu”, relatou. “Quando eu saí pra ir me internar, tive medo de não voltar. Foi uma sensação inexplicável, só quem passa sabe”. Com o retorno para casa, o seguiu à risca as recomendações médicas, não saindo do quarto em nenhum momento a fim de proteger a esposa e a filha, de 11 anos.
Por Beatriz Rabelo
Fonte: G1 CE