A Floresta Nacional (Flona) do Araripe completou 79 anos de criação no último dia 2 de maio. Primeira unidade desse tipo instituída no Brasil, a Flona foi criada com o objetivo de preservar as fontes de água do semiárido e conter o avanço da desertificação no Nordeste. Para marcar a data, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela gestão da área, promoveu um evento na base do Belmonte, no Crato.
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Durante a programação, o ICMBio inaugurou a nova sinalização da unidade de conservação e anunciou a nova denominação da Trilha Inclusiva que leva ao Mirante do Belmonte. A partir de agora, o trajeto passa a se chamar Trilha Mestre Galdino, em homenagem a Luiz Galdino de Oliveira — mateiro, escultor e conhecedor da medicina popular da floresta, falecido em fevereiro deste ano. Ele foi reconhecido como Tesouro Vivo do Ceará em 2022.
“A trilha foi rebatizada para que as pessoas com pouca mobilidade, idosos e pessoas com deficiência visual ou motora também possam contemplar nossa chapada”, destacou Carlos Augusto de Alencar Pinheiro, chefe do núcleo gestor do ICMBio.
A nova sinalização segue o padrão nacional do Manual de Sinalização de Trilhas do ICMBio, com placas autoexplicativas e legendas que esclarecem os ícones utilizados no percurso. O objetivo é facilitar a orientação dos visitantes, especialmente dos que chegam à Flona pela primeira vez, além de garantir mais segurança e conexão com o meio ambiente.
🦜 Refúgio de biodiversidade
A Flona do Araripe abriga uma rica diversidade de fauna e flora, incluindo espécies raras e ameaçadas, como o Soldadinho-do-Araripe (antilophia bokermanni), ave endêmica da região e considerada criticamente em perigo de extinção. A proteção desse habitat é essencial para a sobrevivência da espécie, que depende diretamente da integridade das nascentes e da vegetação local.

🚫 Desafios à conservação
Apesar de sua importância ambiental e cultural, a Floresta Nacional do Araripe enfrenta diversos desafios, entre eles:
🔥 Uso indiscriminado do fogo: Queimadas ilegais comprometem a regeneração da vegetação e ameaçam a fauna.
🗑️ Acúmulo de lixo nas trilhas: O descarte inadequado prejudica o ecossistema e a experiência dos visitantes.
⚠️ Vandalismo: Placas e estruturas são alvo frequente de depredação, dificultando a educação ambiental.
📄 Plano de manejo desatualizado: O atual documento completa 20 anos em 2025 e carece de revisão para orientar a gestão da unidade.
🐕 Animais domésticos soltos: A presença de cães pode colocar em risco espécies silvestres e a segurança dos visitantes.
🌱 Apelo à consciência coletiva
O chefe do ICMBio reforça que a preservação da Floresta do Araripe depende da participação de todos: “Essa floresta é nossa. O ICMBio cuida, mas ela pertence a cada um de nós. Para mantermos esse ambiente saudável para nós e as futuras gerações, devemos vir aqui e deixar apenas os nossos sentimentos. Este é um lugar de contemplação e conexão com a natureza”.
Por Bruno Rakowsky










