A ação de busca e apreensão da Polícia Federal sobre investigados por disseminar fake news e ameaças contra ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) fez a atuação de robôs e perfis alugados ligados ao bolsonarismo despencar nas redes sociais.
De acordo com levantamento da consultoria AP Exata, as publicações dos chamados perfis de interferência caíram de uma média de 14% para 10% no Twitter. Elas já chegaram a ter pico de 17%.
A ação do STF, na análise da consultoria, parece ter atingido o sistema de disseminação de informações feita artificialmente por meio desses perfis.
Por outro lado, a ofensiva do STF mobilizou influenciadores da base bolsonarista, como deputados e até os filhos do presidente Jair Bolsonaro. Eles passaram a atuar de forma mais forte e orgânica nas redes, unificando o discurso contra o ministro Alexandre de Moraes, que comanda o inquérito das fake news e determinou as buscas.
O ponto alto foi uma live no YouTube na quarta (27) que contou com a presença de estrelas do bolsonarismo, como Olavo de Carvalho e o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente.
Ainda assim, Bolsonaro seguiu tendo mais menções negativas do que positiva no Twitter — 53% a 47%.
A AP Exata avalia que, se os perfis de interferência forem mesmo desmobilizados, os bolsonaristas passarão a ter menos força para impor suas narrativas nas redes.
Fonte: Coluna Mônica Bergamo/Folha