Ao deixar a reunião de integrantes do chamado G7, grupo majoritário da CPI da Covid que reúne opositores e os considerados independentes, o presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que os senadores decidiram trocar o termo “genocídio” por “crime contra a humanidade” do relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL).
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“A questão do genocídio está pacificada e deverá ser retirada do relatório. Estamos discutindo agora as tipificações em relação ao presidente Bolsonaro”, declarou Aziz.
A mudança do termo ocorre por uma divergência entre os senadores com relação à tipificação dos crimes atribuídos ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ao governo federal.
Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que a reunião serviu para criar um consenso em torno do texto produzido pelo colega alagoano. “Os sete membros titulares da CPI votarão unidos no relatório do senador Renan Calheiros”, contou. A votação está prevista para ocorrer na próxima terça-feira (26).
Randolfe também explicou que o nome do pastor Silas Malafaia, que tem aconselhado o presidente Bolsonaro, permanecerá citado no relatório da CPI, mas não mais constará na lista de indiciados.
“Ajustes”
Aziz também disse que o crime de “homicídio” também poderá ser retirado do rol de indiciamentos do mandatário. No lugar, os senadores poderão classificar os atos negacionistas como sendo de “epidemia com resultado de morte”.
Também estaria pacificada, informou o senador amazonense, a retirada do crime de advocacia administrativa do filho “01” do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ). Os senadores ainda discutem os crimes atribuídos ao parlamentar pela divulgação de fake news.
O senador Rogério Carvalho (PT-SE) classificou as mudanças no relatório como sendo apenas de “ajustes” na escrita e “nos tipos penais”.
O encontro ocorreu ontem na casa do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), após a reunião, que ocorreria ontem na casa do presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), ser cancelada.
O parlamentar amazonense, junto com alguns outros colegas do chamado G7, se irritou com o vazamento de parte do relatório final da CPI no último fim de semana. A divulgação de vários nomes que seriam indicados no documento final ocorreu antes mesmo que os demais senadores tivessem acesso ao conteúdo do relatório.
Na tarde desta terça-feira (19), o relatório parcial da CPI foi divulgado pela imprensa e acusa o presidente Jair Bolsonaro e os filhos – o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos) — de comandar uma rede de fake news, que teria atuado durante a pandemia do novo coronavírus.
O documento também pede o indiciamento de mais de 70 pessoas e atribuiu a elas mais de 29 tipos penais.
O documento final também confirma a informação antecipada pelo UOL de que quem se opôs ao chamado “gabinete paralelo da Saúde” teve de deixar o Ministério da Saúde. O texto usa como exemplo os ex-ministros da pasta Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.
A reunião de ontem também contou com a participação dos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Rogério Carvalho e Eliziani Gama (Cidadania-MA), que chegaram a contribuir com o trabalho da comissão de inquérito.
Fonte: UOL