Documentos apreendidos pela Polícia Federal (PF) revelaram um plano detalhado de militares golpistas para assassinar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O material integra as evidências que embasaram a prisão de quatro militares do Exército e um policial federal nesta terça-feira (19).
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A operação, batizada de Punhal Verde Amarelo, continha registros de monitoramento, reconhecimento operacional e estratégias logísticas para executar os atentados. No documento, a PF identificou Lula como “Jeca”, Alckmin como “Joca” e um terceiro alvo, ainda não identificado, como “Juca”.
A PF destaca que o plano incluía alternativas como sequestros, assassinatos por tiros de longa distância e envenenamento, além de monitoramento detalhado de rotas e seguranças dos alvos.
Documentos encontrados
O material foi recuperado em dispositivos do general de brigada Mário Fernandes, descrito como um dos mais radicais do grupo golpista. As evidências apontam:
• Reconhecimento operacional: monitoramento de áreas estratégicas em Brasília, como o Eixo Monumental, vias próximas ao STF e ao Quartel-General do Exército.
• Preparação logística: listas de equipamentos, incluindo armas de guerra, munição não rastreável, coletes à prova de balas e rádios.
• Condições de execução: avaliação de riscos e impactos políticos e sociais do plano, com ênfase no uso de armas químicas ou biológicas.
Impactos e riscos
A análise do documento mostra que os golpistas tinham consciência do alto risco da operação, incluindo baixas entre os próprios executores e danos colaterais. Apesar disso, acreditavam que o impacto político-social justificaria as ações.
Além de Moraes, os planos visavam “neutralizar” Lula e Alckmin, com justificativas estratégicas. Para Lula, o grupo sugeriu explorar sua saúde fragilizada, enquanto a morte de Alckmin seria vista como uma forma de extinguir a chapa presidencial eleita.
A PF identificou coincidências entre o planejamento descrito nos documentos e uma tentativa frustrada de sequestro de Alexandre de Moraes em dezembro de 2022. As prisões desta terça-feira, autorizadas pelo ministro Moraes, integram um inquérito que investiga atos antidemocráticos e tentativas de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Por Bruno Rakowsky