O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta deu uma entrevista à CNN americana nesta quarta (14), afirmando que ele e Jair Bolsonaro estavam “claramente em lados opostos” sobre as políticas de controle da pandemia do novo coronavírus, além de dizer que o presidente fez uma “viagem do corona” aos Estados Unidos.
Inicialmente, quando perguntado sobre o seu nível de preocupação com a pandemia no Brasil, por causa do dia com recorde de mortes por Covid-19, Mandetta classificou a situação como bastante preocupante.
“Na próxima semana é provável que tenhamos mais de 1000 mortes por dia”, afirmou o ex-ministro. “E a doença está chegando nas partes mais pobres de São Paulo e Rio de Janeiro, com quem estou muito preocupado, então diria que meu nível de preocupação é 10”.
Sobre a sua saída do governo, que Bolsonaro classifica como um “divórcio amigável”, Mandetta tem uma visão muito diferente.
“Nós temos uma visão muito diferente do assunto e era difícil lidar com ele minimizando a situação e dizendo para que as pessoas voltassem a trabalhar, enquanto o Ministério da Saúde conversava com estados, municípios, universidades e pessoas do mundo todo sobre o distanciamento social”, disse. “Então é claro que estávamos em lados opostos e ele tomou sua decisão, mas a história vai mostrar quem estava certo e quem estava errado. Os números falarão por si”.
Perguntado dos exames do presidente, o ex-ministro disse que não tinha conhecimentos dos resultados, apenas das datas em que os testes foram realizados, após o que Mandetta chamou de “viagem do corona”.
“Os exames foram feitos após a viagem para os Estados Unidos, onde jantaram com Trump e o secretário de Comunicação [Fábio Wajngarten] voltou no avião com a doença. Das pessoas que foram com ele, 17 testaram positivo em cerca de 15 dias após a viagem, então essa viagem foi realmente uma ‘viagem do corona’”, afirmou Mandetta.
Fonte: Yahoo!