O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (20), que a defesa da anistia a investigados por tentativa de golpe de Estado, feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), equivale a uma confissão de culpa. A declaração foi dada em entrevista à Rádio Tupi, do Rio de Janeiro.
Curta, siga e se inscreva nas nossas redes sociais:
Facebook | X | Instagram | YouTube | Bluesky
Sugira uma reportagem. Mande uma mensagem para o nosso WhatsApp.
Entre no canal do Revista Cariri no Telegram e veja as principais notícias do dia.
“As pessoas que ficam querendo antecipar uma discussão sobre anistia estão se acusando. Quando o ex-presidente fica pedindo anistia, está provando que é culpado, que cometeu crime. Ele deveria estar falando ‘vou provar minha inocência'”, afirmou Lula.
O presidente seguiu com críticas a Bolsonaro e ironizou sua postura. “Ele deveria estar dizendo ‘sou inocente, vou provar minha inocência’. Mas está pedindo anistia. Ou seja, ele está dizendo: ‘Gente, eu sou culpado. Tentei bolar um plano para matar o Lula, o Alckmin, o Alexandre de Moraes, não deu certo porque tive uma diarreia, fiquei com medo, tive que voar para os Estados Unidos'”, disse.
Lula também enfatizou que o processo judicial deve seguir o curso legal e garantiu que a Justiça será aplicada de forma igualitária. “O processo vai mostrar que a Justiça é verdadeiramente para todos”, afirmou.
Bolsonaro denunciado pela PGR
As declarações de Lula ocorrem no contexto da denúncia apresentada na terça-feira (18) pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro e outros 33 suspeitos de terem arquitetado uma tentativa de golpe de Estado entre 2021 e janeiro de 2023. O objetivo seria impedir a derrota de Bolsonaro nas urnas e a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
A denúncia da PGR teve como um de seus principais elementos a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, cujo conteúdo foi tornado público nesta quarta-feira (19) pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).
Mudança de tom
Na quarta-feira (19), Lula havia adotado um tom mais moderado ao comentar a denúncia da PGR, durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto. O presidente defendeu o direito à ampla defesa e à presunção de inocência para os investigados.
“Eu não vou comentar um processo que está na Justiça. O que eu posso dizer é que, no tempo em que eu governo o Brasil, todas as pessoas têm direito à presunção de inocência”, disse Lula.
O presidente ainda completou: “Se provarem que não tentaram dar golpe e que não tentaram matar o presidente, o vice e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ficarão livres e serão cidadãos que poderão transitar pelo Brasil inteiro. Se, na hora do julgamento, forem considerados culpados, terão que pagar pelo erro que cometeram”.
Por Bruno Rakowsky