A imprensa latino-americana repercute nesta sexta-feira, 8, a decisão de quinta-feira (7), do Supremo Tribunal Federal (STF) de derrubar a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância, considerada um dos pilares da Operação Lava Jato. A mudança, que foi definida por 6 votos a 5, abre caminho para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso desde abril do ano passado pelo caso do tríplex do Guarujá, seja solto.
Na Argentina, o jornal Clarín destacou que os juízes que se pronunciaram a favor da medida enfrentaram “duras críticas” nas redes sociais e uma ampla mobilização de congressistas – grande parte dos quais integram a chamada “bancada da bala” -, que dizem temer que a iniciativa prejudique esforços de combate à corrupção.
O Clarín também citou entrevista recente de Lula em que ele disse não ter expectativas de ser liberado em breve, uma vez que não conta “com a clara antes de a galinha botar o ovo”. A defesa de Lula prometeu apresentar um pedido de soltura imediata do petista ainda hoje.
O também argentino La Nación apontou que a alteração na jurisprudência do STF “abre a porta para que Lula seja liberado” e ressaltou que militantes petistas e simpatizantes do ex-presidente mantiveram uma vigília em frente ao prédio da Corte durante as sete horas do julgamento para comemorar a decisão.
Já o site da emissora mexicana Televisa salientou que o veredicto do STF pode libertar cerca de outros 5 mil presos que ainda estão em fase de apelação, incluindo políticos e empresários condenados pela Lava Jato. Na mesma linha, o jornal chileno El Mercurio sublinhou que a decisão favorece milhares de presos, incluindo Lula.
Fonte: Agência Estado