O ministro do Supremo Tribunal Federal ( STF ) , Gilmar Mendes , criticou em entrevista nesta sexta-feira (12), a Operação Lava Jato, a qual classificou como “um esquadrão da morte, totalmente fora dos parâmetros legais”.
“Acho tudo isso lamentável, todos nós de alguma forma sofremos uma manipulação disso que operava em Curitiba. Acho que temos que fazer as correções devidas, tenho dito e enfatizado que Lula é digno de um julgamento justo”, afirma o membro do Supremo em entrevista ao portal UOL.
Na última terça (9), a 2ª turma do STF manteve decisão que garantiu ao ex-presidente Lula , citado em conversas entre procuradores e o juiz da Lava Jato , Sergio Moro, acesso à íntegra do material apreendido em operação da Polícia Federal que culminou na prisão de um grupo de hackers que invadiu celulares de autoridades.
Sobre o teor das conversas, divulgadas na imprensa, Gilmar Mendes se mostra assustado:
“É um ensaio de julgamento, tudo já estava previamente entre juízes e procuradores, isso é muito sério, e precisa ser tratado com seriedade devida. Eu não sei como o sistema judicial brasileiro vai lidar com isso”, afirma. “É sem dúvida alguma, a maior crise do aparato judicial do Brasil”, completa o ministro.
Na visão de Gilmar , há indícios claríssimos de que houve um trabalho em conjunto entre Moro, Dallagnol e outros procuradores, e que esse “ esquadrão da morte” não pode ser repetido:
“Temos que fazer consertos, reparos, para que isso não mais se repita, não se monte mais esse tipo de esquadrão da morte. Porque o que se instalou em Curitiba era um grupo de esquadrão da morte, totalmente fora dos parâmetros legais”.
Além disso, o magistrado avalia que a Lava Jato , encerrada pelo Ministério Público Federal no início de fevereiro, contribuiu para alavancar o capital político de Bolsonaro e de seus apoiadores:
“Acho que a gente até pode dizer que Deus realmente seja brasileiro e esteja nos dando uma chance de fazer uma revisão, mas, eu já disse, o lavajatismo de alguma forma é pai e mãe do bolsonarismo”.
Fonte: Último Segundo