O presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), encerrou a sessão da comissão e reconvocou a diretora-executiva da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, para depor amanhã a partir das 9h.
A sessão da CPI da Covid foi retomada após uma interrupção de cerca de sete horas e meia que se deu em função de uma discussão acerca da validade do habeas corpus obtido por Emanuela. A diretora da Precisa tinha se negado a responder toda e qualquer pergunta do colegiado. No entanto, os senadores argumentaram que ela só podia silenciar sobre questões que poderiam incriminá-la, o que foi ratificado pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux.
Ao retornar para a sessão, a diretora da Precisa afirmou diversas vezes que estava física e mentalmente exausta e pediu que o depoimento fosse adiado. Diante da negativa dos senadores, ela voltou a se negar a responder as perguntas do relator Renan Calheiros (MDB-AL).
É humanamente impossível você passar o dia inteiro nessa tortura e depois ter que vir aqui e depor por mais 8 horas, sendo que eu estou totalmente disposta a esclarecer e eu só pedi 12 horas de adiamento”, disse Emanuela.
Depois disso, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) chegou a pedir que o presidente da comissão considerasse a possibilidade de decretar a prisão da depoente, caso ela continuasse a se negar a responder.
Omar Aziz então rebateu as alegações de Emanuela: “Exaustos estamos todos nós. Exaustos estão 534 mil brasileiros que perderam a vida e seus familiares. Exausto é a brincadeira que se fez no Brasil para comprar vacina, e a Precisa brincou de perder vacina, a senhora está aqui por causa disso. A exaustão sua não é 1 cm de um filho ou de uma mãe que chora a perda do pai ou dos seus filhos. Peço a sua colaboração nesse momento, porque se tem alguém responsável por essa exaustão, tenho certeza que não é esta CPI.”
Questionada pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), Emanuela afirmou que pretendia colaborar com a CPI, mas que não tinha condições de responder naquele momento. Aziz então perguntou se ela responderia às questões no dia seguinte, ao que ela respondeu que sim.
Emanuela Medrades depõe na CPI na condição de testemunha, mas como ela é investigada pela Polícia Federal, conseguiu o direito de permanecer em silêncio.
Amanhã, além de Emanuela, o dono da Precisa, Francisco Maximiano, também será ouvido pela comissão. Ele também obteve um habeas corpus para não se manifestar sobre questões que possam incriminá-lo.
Fonte: UOL