Uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (17) pela Quaest revelou que 67% dos brasileiros acreditaram na falsa informação de que o governo cobraria uma taxa sobre operações financeiras realizadas pelo Pix. A disseminação dessa desinformação nas redes sociais culminou na revogação de normas de fiscalização sobre o meio de pagamento.
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Principais resultados
• Adesão à fake news: 67% dos entrevistados acreditaram na falsa narrativa; 17% disseram não acreditar, enquanto 16% desconheciam o assunto.
• Impacto das notícias desmentidas: Entre os que ouviram falar da polêmica, 68% souberam que o governo desmentiu a informação, enquanto 31% não tomaram conhecimento.
• Revogação da fiscalização: 55% dos entrevistados estavam cientes da revogação, enquanto 45% desconheciam a ação do governo.
O levantamento, realizado entre os dias 15 e 17 de janeiro, ouviu 1.200 pessoas e monitorou mais de 5 milhões de menções sobre o tema nas redes sociais entre 1º e 16 de janeiro.
O papel das redes sociais
Felipe Nunes, diretor da Quaest, destacou que o governo subestimou a velocidade e o impacto da desinformação. “Foi um erro de timing, de tática e de diagnóstico. Em redes sociais, a resposta deveria ter sido dada em 24 horas”, afirmou.
Segundo Nunes, o vídeo do senador Cleitinho, postado no dia 6 de janeiro e com 3,4 milhões de visualizações, foi o principal catalisador da narrativa. A partir de então, o tema ganhou força, resultando em uma intensa onda de fake news.
A polêmica sobre a fiscalização
A Receita Federal havia anunciado, em setembro de 2024, uma atualização das normas de monitoramento, que incluía movimentações via Pix acima de R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para pessoas jurídicas. Essas regras já se aplicavam a outras modalidades, como cartões de crédito e débito, com valores mais baixos (R$ 2 mil para pessoas físicas e R$ 6 mil para jurídicas).
No entanto, a atualização foi interpretada erroneamente como a criação de uma “taxa sobre o Pix”. A desinformação gerou protestos e mobilizou a oposição nas redes sociais.
Diante da repercussão, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou no dia 15 a revogação das normas de fiscalização. No dia seguinte, o presidente Lula editou uma medida provisória para garantir que o Pix continue isento de qualquer cobrança de taxa.
Haddad reforçou que nunca houve intenção de tributar o Pix e classificou a narrativa como parte de uma onda de fake news.
Metodologia da pesquisa
A Quaest uniu monitoramento de redes sociais, grupos de WhatsApp e pesquisa de opinião pública para entender a extensão do impacto das fake news. Segundo a empresa, o governo demorou a reagir, permitindo que a desinformação se consolidasse.
Por Fernando Átila










