O Ministro das Comunicações, Juscelino Filho, anunciou, nesta quarta-feira (3), a transição da TV Digital para um novo padrão tecnológico denominado TV 3.0. Esta inovação promete oferecer uma melhoria significativa na qualidade de imagem e facilitar o acesso por meio da conectividade.
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Ele destacou que o grande avanço será a integração entre a transmissão televisiva, proporcionando melhorias na qualidade de imagem e som, e a conectividade com a internet e banda larga. O Brasil é ainda um dos principais mercados consumidores de televisão aberta no mundo, e essa mudança revolucionará o acesso a este meio de comunicação.
A forma tradicional de seleção de canais será substituída por aplicativos que oferecerão conteúdo ao vivo e sob demanda, tornando a navegação mais interativa. Essa interatividade também abrirá novas oportunidades de negócios, como a veiculação e consumo de anúncios, o uso de marketplaces e ambientes de compra online.
O Ministro destacou que até o final de 2024 a tecnologia a ser adotada deverá ser definida. Isso permitirá que a indústria desenvolva equipamentos e conversores para integrar os sinais de televisão aberta com a internet. A transição será gradual, começando pelas grandes capitais, onde os sinais serão inicialmente disponibilizados.
O que é a ‘TV 3.0’?
A TV 3.0 trará uma experiência mais interativa para os telespectadores, permitindo o uso de aplicativos para acessar os canais de TV aberta. Isso significa que os canais poderão oferecer conteúdo sob demanda diretamente pela TV aberta, além de permitir uma programação mais personalizada.
É importante destacar que, embora algumas funcionalidades da nova geração de TV aberta dependam da internet, a conexão não será um requisito para receber o sinal da ‘TV 3.0’.
Além disso, essa tecnologia proporcionará uma melhoria significativa na qualidade de imagem e som para os espectadores, com suporte para resolução em 4K e som imersivo, recursos que não estão disponíveis na TV digital.
Quando a ‘TV 3.0’ deve ser implementada?
O governo planeja iniciar a implementação da TV 3.0 em 2025, com o Ministério das Comunicações estabelecendo a meta de definir a tecnologia a ser adotada até 31 de dezembro de 2024.
Prevê-se que no início de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinará um decreto para determinar a tecnologia a ser empregada, baseado nas recomendações do ministério, juntamente com um cronograma para que as emissoras se adaptem aos novos requisitos.
O ministro afirmou que em seguida, toda a indústria do setor se ajustará e começará a produzir os equipamentos necessários, incluindo transmissores, conversores e televisores atualizados.
Empresas japonesas e americanas estão competindo para fornecer suas soluções de TV 3.0 ao Brasil. Após uma chamada internacional realizada pelo Ministério das Comunicações, foram recebidas 32 contribuições.
De acordo com Wilson Diniz, secretário de Comunicação Social Eletrônica, o governo identificou três modelos promissores após os testes em campo: o japonês, o europeu e o americano.
Embora o governo tenha optado por avançar com os modelos japonês e americano, Diniz não descarta a possibilidade de adotar uma abordagem híbrida, incorporando elementos da tecnologia europeia. Essa abordagem poderia ser especialmente útil para a transmissão de TV em dispositivos móveis, como celulares e tablets.
Que aparelhos de TV poderão acessar o sinal?
De acordo com o secretário, atualmente não há modelos de TV disponíveis no mercado brasileiro que possam receber o sinal da ‘TV 3.0’. Por isso, no primeiro momento de implantação, será preciso usar conversores.
“Como a vida útil das TVs tem uma carga ainda a ser cumprida, em especial porque tivemos eventos esportivos importantes nos últimos anos que fomentaram a troca dos televisores, entendemos que no começo vamos ter que ter um receptor que faça a conversão desses sinais”, declarou o secretário.
Serão então duas fases de implementação:
• TVs com receptores para fazer a conversão;
• à medida que a implementação for avançando, novas TVs já poderão receber o sinal sem aparelhos de conversão.
O governo ainda não definiu se os conversores de sinal para a TV 3.0 serão distribuídos, mas há discussões sobre a entrega gratuita para famílias de baixa renda – a exemplo do que ocorreu na expansão do sinal digital.
Por Bruno Rakowsky