A indicação do filme brasileiro ‘Ainda Estou Aqui’ a três categorias do Oscar 2025 – Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz para Fernanda Torres – marcou um feito inédito para o cinema nacional. O longa, dirigido por Walter Salles (Central do Brasil), vem sendo elogiado pela crítica e conquistando prêmios internacionais, mas suas chances na maior premiação de Hollywood ainda geram debate entre especialistas.
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A presença do filme na disputa é vista como um marco, mas críticos avaliam que a concorrência será acirrada, especialmente na categoria principal. Para entender melhor o cenário, o Revista Cariri ouviu analistas da indústria cinematográfica sobre os fatores que podem favorecer ou dificultar a vitória brasileira.
Favorito em Melhor Filme Internacional
Para a categoria de Melhor Filme Internacional, as previsões são mais otimistas. O crítico André Vasconcellos, do portal CineVisão, destaca que ‘Ainda Estou Aqui’ reúne elementos que tradicionalmente agradam à Academia.
“A Academia tem valorizado cada vez mais narrativas que misturam questões sociais com uma abordagem autoral. O filme tem um roteiro sólido, uma direção sensível e uma atuação central arrebatadora. Além disso, o Brasil tem feito uma campanha forte, o que aumenta suas chances na categoria internacional”, avalia Vasconcellos.
O principal concorrente do filme nesta categoria é ‘Emilia Pérez’, produção franco-mexicana dirigida por Jacques Audiard, que venceu o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes e tem gerado forte repercussão. No entanto, a polêmica em torno da representação da identidade de gênero de sua protagonista pode influenciar a votação da Academia.
Melhor Filme: um desafio maior
Na categoria de Melhor Filme, a disputa se torna mais complexa. Segundo Carolina Mendes, do Crítica & Cinema, ‘Ainda Estou Aqui’ é um forte candidato, mas enfrenta barreiras históricas.
“A última vez que um filme não falado majoritariamente em inglês venceu essa categoria foi com ‘Parasita’, em 2020. Desde então, o Oscar voltou a priorizar produções hollywoodianas. Há uma barreira cultural e comercial para filmes estrangeiros nessa disputa”, pontua Mendes ao Revista Cariri.
Os favoritos ao prêmio de Melhor Filme incluem ‘Anora’, de Sean Baker, e ‘Conclave’, de Edward Berger, ambos com forte apelo entre os votantes.
Fernanda Torres: uma performance de peso
A indicação de Fernanda Torres a Melhor Atriz surpreendeu parte da crítica internacional, mas especialistas concordam que seu desempenho no filme é um dos pontos altos da produção. Segundo Gustavo Amaral, da revista Cinema em Foco, a atriz entrega uma interpretação comovente e que pode emocionar os votantes.
“Fernanda Torres é uma atriz experiente e sua atuação tem sido destacada como um dos grandes trunfos do filme. No entanto, enfrenta concorrentes de peso, como Emma Stone e Sandra Hüller, que já são nomes estabelecidos na indústria”, analisa.
O impacto da campanha e da recepção internacional
O caminho para a vitória no Oscar não depende apenas da qualidade do filme, mas também da campanha de divulgação. Para a crítica Julia Nascimento, do Filme & Arte, o Brasil tem investido mais na promoção do longa, mas ainda enfrenta desafios em comparação aos estúdios de Hollywood.
“A campanha de um filme para o Oscar envolve exibições privadas para membros da Academia, eventos e entrevistas com a equipe. A distribuição também conta muito. Mesmo com o reconhecimento, ‘Ainda Estou Aqui’ precisa de um impulso maior dentro da indústria americana para vencer a categoria principal”, explica.
Feito histórico
Independentemente do resultado final, a presença de ‘Ainda Estou Aqui’ entre os indicados já representa um feito histórico para o cinema brasileiro. A possibilidade de levar pelo menos um prêmio no Oscar 2025 é real, especialmente na categoria de Melhor Filme Internacional.
A cerimônia acontece no dia 10 de março, e até lá, a expectativa segue alta para o desempenho do Brasil na maior premiação do cinema mundial.
Por Nágela Cosme







