A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,2% no trimestre encerrado em outubro, a menor registrada desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), em 2012. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Curta, siga e se inscreva nas nossas redes sociais:
Facebook | X | Instagram | YouTube | Bluesky
Sugira uma reportagem. Mande uma mensagem para o nosso WhatsApp.
Entre no canal do Revista Cariri no Telegram e veja as principais notícias do dia.
Este é o menor índice desde dezembro de 2013, quando a taxa chegou a 6,3%. Em relação ao trimestre anterior, terminado em julho, a queda foi de 0,6 ponto percentual (p.p.), enquanto no comparativo com o mesmo período do ano passado, a redução foi de 1,4 p.p.
Atualmente, 6,8 milhões de brasileiros estão sem trabalho, o menor número desde dezembro de 2014. O contingente representa uma redução de 8% em relação ao trimestre anterior e de 17,2% na comparação com 2023.
Mercado de trabalho aquecido
A coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, atribuiu o cenário positivo à continuidade da recuperação econômica pós-pandemia, destacando que o mercado de trabalho supera os melhores momentos registrados em 2013.
“Após períodos de forte retração, como em 2015, 2016 e, principalmente, 2020 com a pandemia, o Brasil vem consolidando um processo de recuperação, especialmente desde 2022”, explicou Beringuy.
Recorde de trabalhadores ocupados
O número de pessoas ocupadas no Brasil alcançou um recorde histórico de 103,6 milhões, com crescimento de 1,5% em relação ao trimestre anterior e de 3,4% no comparativo anual. Isso significa que 58,7% da população em idade ativa está empregada, o maior percentual já registrado.
Os setores que mais contribuíram para esse crescimento foram a indústria, a construção civil e os serviços pessoais, impulsionados pela proximidade das festas de fim de ano e pela retomada do consumo.
Trabalho formal e informal em alta
O total de empregados com carteira assinada no setor privado atingiu 39 milhões, maior número da série histórica. Em relação ao trimestre anterior, houve um aumento de 1,2% (479 mil trabalhadores), e, na comparação anual, o crescimento foi de 3,7% (1,4 milhão de pessoas).
Já os empregados sem carteira somaram 14,4 milhões, uma alta de 3,7% no trimestre e de 8,4% no ano, com um acréscimo de 1,1 milhão de trabalhadores.
A taxa de informalidade, que considera trabalhadores sem carteira, por conta própria ou sem registro no setor público, ficou em 38,9%.
Subutilização e desalento em queda
O Brasil possui 17,8 milhões de pessoas subutilizadas, ou seja, que estão desempregadas, subocupadas ou fora da força de trabalho potencial. Este número representa uma queda de 4,6% no trimestre e de 10,8% no ano.
A população desalentada – aqueles que desistiram de procurar emprego – caiu para 3 milhões, o menor número desde 2016.
O rendimento médio habitual dos trabalhadores foi estimado em R$ 3.255 por mês, um aumento de 3,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Já a massa de rendimentos, que soma os valores recebidos por todos os ocupados, chegou a R$ 332,6 bilhões, com crescimento de 7,7% no comparativo anual.
Cenário promissor, mas com desafios
Embora os números indiquem avanços no mercado de trabalho, especialistas destacam a importância de políticas públicas que fomentem a formalização e a qualificação da força de trabalho, garantindo uma recuperação sustentável e inclusiva.
Destaques da PNAD Contínua (trimestre encerrado em outubro):
• Taxa de desemprego: 6,2%
• População desocupada: 6,8 milhões
• População ocupada: 103,6 milhões
• População fora da força de trabalho: 66,1 milhões
• Trabalhadores informais: 40,3 milhões
• Rendimento médio: R$ 3.255
Por Aline Dantas