Uma mineira, voz erótica de resfriado. Não sei em quais ruas o trem da sua vida passa. Não sei se o trem passa em alguma rua, muito menos conheço o tamanho dos seus desejos. Os desejos são sempre desmedidos, hora, eles esticam, em outras murcham. No mapa dos afetos, uma cartografia de pontos indefinidos desmapeia horizontes.
Mas a mineira apareceu de intrusa na conversa, precisava iniciar a história sem acordar os monstros primeiro. Ainda, não li uma página do seu romance, desconheço de onde surgiu a maldição, mas acredito que seja da vida. Além das palavras, possivelmente não sentaremos para comer queijo.
A mineira, em dias de chuva ou de sol esquecerá as linhas, o trem passará.
Mas hoje quero lembrar da mineira. Talvez a sua distância seja fascinante para conversar sobre literatura. Claro, a literatura é uma desculpa para amolecer os dias de aço, mas não quero falar sobre os dias de aço, porque a terapia é na quarta e hoje, ainda é sábado.
Por Alexandre Lucas. Pedagogo, artista, educador e integrante do Coletivo Camaradas
*Este texto é de inteira responsabilidade do autor, e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri