“Vão operar mais uns 40 lá, com certeza”, disse o abominável vírus da política rasteira brasileira a um bando de fascistas que davam atenção a isso, no último sábado (3/2), no bunker de Angra dos Reis, a mesma casa da fuga patética, quando o clã tentava se misturar aos peixes pequenos, durante uma pescaria fictícia.
Bolsonaro se referia à matança da Rota, polícia de elite de São Paulo, na baixada santista. A linguagem miliciana dava de conta da retaliação violenta da tropa durante a ação em resposta ao assassinato do soldado Samuel Wesley Cosmos. Bolsonaro se sente um dos soldados que “desceram” para a baixada santista para “operar”.
“Mataram um soldado da Rota ontem com um tiro no olho. A Rota já desceu para operar. Tem um soldado ferido no braço. Na última vez, acho que uns 50 foram operados lá. Problema de pele, micose, todos foram operados, bem tratados”, afirmou Bolsonaro. Vão operar mais uns 40 lá, com certeza”.
Em se tratando de pilantragem nazista ele é fiel à sua própria indigência humana. Veja o que ele disse durante sessão da Câmara dos Deputados, de acordo com registros oficiais daquela casa: Sessão: 138.1.52.O. Hora: 14:54. Fase: BC. Orador: JAIR BOLSONARO, PTB-RJ. Data: 12/08/2003. O que se segue abaixo é do mais alto teor repugnante, compartilhado como sobremesa por boa parte da população brasileira:
“Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, desde que a política de direitos humanos chegou ao País a violência só aumentou e passou a ocupar grandes espaços nos jornais. A marginalidade tem estado cada vez mais à vontade, tendo em vista os neoadvogados para defendê-la. Quero dizer aos companheiros da Bahia — há pouco ouvi um Parlamentar criticar os grupos de extermínio — que enquanto o Estado não tiver coragem de adotar a pena de morte, o crime de extermínio, no meu entender, será muito bem-vindo.
Se não houver espaço para ele na Bahia, pode ir para o Rio de Janeiro. Se depender de mim, terão todo o meu apoio, porque no meu Estado só as pessoas inocentes são dizimadas. Na Bahia, pelas informações que tenho — lógico que são grupos ilegais —, a marginalidade tem decrescido. Meus parabéns!”. A operação nazifascista do bolsonarismo letal é a verdadeira arquitetura da hipocrisia da cena pública brasileira.
O que justifica, de fato, o apoio recebido por esse elemento ao ponto dele chegar à presidência? Que os políticos oportunistas criaram uma colônia ao redor dele, como se fosse um fígado infestado de bactérias, e fizeram isso por dinheiro sujo, pouca gente duvida. Mas o que motivou aquele ilibado advogado, o grandioso médico, a imperiosa procuradora, a impoluta professora e o próximo temente a Deus, a se banhar na lama absoluta, só está registrado na fedentina da vida privada brasileira. Já o que nunca foi feito para impedir o rastejar desse bandido pertence aos anais do poder judiciário tupiniquim, uma colônia inteira de caixas de pandora, uma vez que ele ainda está solto e operando.
Por Marcos Leonel – Escritor e cidadão do mundo
*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri