As águas são ruas que nos habitam. Trânsito misturado de gente, veias abertas de sangue e segredos. Recomeço. O rio está cheio, nadar ou afogar. Os rios estavam cheios outras vezes, arrastaram corações, enlouqueceram a esperança.
O rio fugiu, levou a água e deixou uns versos. As folhas secas dançam na areia solitárias do sol e do vento.
As coisas estão mudando a todo tempo, mas parecem que as pedras não saem do lugar. Os rios se movem, como as navegações entre as línguas.
As linguas navegam. Nunca aprofundamos o assunto. Talvez seja o medo, o desafio de não naufragar.
Exige trabalho, paciência, transformar areia seca em sereia e mar. Calma, a sereia desaparecerá ficará o canto e o mar. Joga os Nerudas que te restam e atravessa os rios e mares possíveis, desiste quando falta ar e a lua e sol foram impossíveis.
Por Alexandre Lucas. Pedagogo, artista, educador e integrante do Coletivo Camaradas
*Este texto é de inteira responsabilidade do autor, e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri