A Justiça do Rio de Janeiro concedeu mandado de prisão nesta sexta-feira (20) para Cíntia Mariano Dias Cabral, de 49 anos. Ela é acusada de envenenar os dois enteados com chumbinho. Um deles, uma jovem de 22 anos, morreu depois de ficar 13 dias internado. As informações são do g1 RJ.
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Já um adolescente de 16 anos conseguiu escapar e contou ter começado a passar mal depois de um almoço na casa da madrasta em que um feijão amargo e com pedrinhas azuis foi servido para ele.
Cíntia Mariano estava na 33ª DP, em Realengo, onde prestava depoimento sobre o caso, quando a prisão foi decretada.
“A prisão temporária de 30 dias foi decretada por homicídio tentado, qualificado, com emprego de veneno. Tudo leva a crer que a motivação seria ciúmes do relacionamento do marido com os filhos naturais”, disse o delegado Flávio Rodrigues, titular da 33ª DP.
O caso
A suspeita de envenenamento contra Fernanda Carvalho Cabral, de 22 anos, que morreu no dia 28 de março, só veio à tona quando o irmão dela, Bruno, voltou de um almoço da casa do pai e da madrasta, no dia 15 de maio com falta de ar, visão turva, sudorese e língua enrolando – os mesmos sintomas que a irmã sentiu.
Bruno foi internado e conseguiu se recuperar. A mãe dos jovens, Jane Carvalho Cabral , suspeitou de envenenamento e procurou a 33ª DP para registrar o caso.
“Ele já veio de lá com uma ansiedade, bem preocupado e achando que tinha acontecido algo estranho porque quando reclamou do feijão amargo de pedrinhas azuis, ela arrancou o prato da mão dele, colocando mais feijão e entregando pra ele depois. Quando ele veio pra cá, ele já veio perguntando como fazia pra vomitar. Mais ou menos uns 40 minutos depois, começou todo o desespero que foi o que a Fernanda sentiu. Na mesma hora eu imaginei que o gosto amargo desse feijão poderia ser o suposto veneno”, contou a mãe dos jovens.
Madrasta tentou se matar
Com a denúncia do caso, investigadores foram até a casa de Cíntia e recolheram o feijão para análise, mas antes do resultado do exame, na quinta-feira (19), a madrasta tentou se matar.
Ela foi levada para o hospital, se recuperou e, nesta sexta-feira(20), foi levada para a 33ª DP para prestar depoimento, quando teve sua prisão decretada.
“Uma mulher dessas não pode nem ser chamada de ser humano, isso é um monstro. Essa pessoa entrou na nossa vida quando meu filho tinha 4 anos de idade. Fazer isso com a irmã e depois fazer com meu filho, isso não é um ser humano, não é um ser humano”, disse Jane Cabral, mãe dos jovens.
Madrasta teria confessado crime ao filho
Na delegacia, Cíntia se manteve em silêncio, seguindo orientações dos advogados. Mas em outro depoimento, um filho biológico de Cíntia contou à polícia que a mãe confessou ter envenenado Fernanda e Bruno com chumbinho, que é veneno usado para matar ratos.
De acordo com o delegado Flávio Rodrigues, titular da 33ª DP, outras duas mortes suspeitas estão sendo investigadas
“Seria a do ex-marido da Cíntia e de uma vizinha dela. Eles morreram repentinamente e até hoje não se descobriu as causas das mortes”, disse.
O advogado de Cíntia Mariano informou que só vai se manifestar após tomar conhecimento dos autos do inquérito.