Nesta quarta-feira (13), uma sequência de explosões na Praça dos Três Poderes, em Brasília, levou à mobilização de forças de segurança e ao isolamento da área pela Polícia Militar. O corpo de um homem, identificado como Francisco Wanderley Luiz, foi encontrado próximo ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) após os estrondos. Luiz, que em suas redes sociais compartilhava críticas ao STF e aos líderes do Executivo e Legislativo, teria ainda publicado mensagens contra o governo federal pouco antes do ataque.
Curta, siga e se inscreva nas nossas redes sociais:
Facebook | X | Instagram | YouTube | Bluesky
Sugira uma reportagem. Mande uma mensagem para o nosso WhatsApp.
Entre no canal do Revista Cariri no Telegram e veja as principais notícias do dia.
Conforme relatos iniciais, o carro de Luiz, que continha artefatos explosivos, foi localizado na praça. Segundo o sargento Santos, da Polícia Militar do Distrito Federal, o veículo sofreu um incêndio que foi controlado por seguranças da área. O sargento suspeita que o homem encontrado morto seja o mesmo que foi visto fugindo do carro em chamas, carregando explosivos amarrados com tijolos que, no entanto, não detonaram completamente.
Após as explosões, equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Federal (PF) chegaram ao local para coordenar as investigações. A área do STF foi imediatamente isolada, e os ministros presentes foram escoltados em segurança. Em uma nota oficial, o STF confirmou as explosões e afirmou que o prédio foi evacuado por precaução.
Explosões
As explosões puderam ser ouvidas de várias partes da praça, inclusive do Palácio do Planalto. No Congresso, a Câmara dos Deputados interrompeu uma sessão sobre a proposta de emenda constitucional (PEC) que amplia a imunidade tributária para igrejas. O presidente da sessão, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), orientou os parlamentares a permanecerem no plenário até que a segurança fosse garantida.
A Polícia Federal confirmou a abertura de um inquérito para investigar o caso, que será conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, devido às suspeitas de motivação política e à gravidade do ataque. Autoridades ainda apuram se as ações têm ligação com os atos golpistas de 8 de janeiro deste ano.
Segurança reforçada
A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, anunciou que a Praça dos Três Poderes permanecerá isolada até que se tenha certeza da segurança. De acordo com a Polícia Civil do DF, equipes de varredura do Grupo Antibombas e peritos foram acionados para examinar a área e identificar possíveis ameaças adicionais. Até o momento, o corpo de Luiz não foi removido, pois há a possibilidade de que ainda contenha explosivos.
Autor visitou o STF em agosto
Francisco Wanderley Luiz, conhecido como “Tio França,” já havia visitado o STF em agosto e tirado fotos no plenário da Corte, onde escreveu, em tom crítico, que “a raposa entrou no galinheiro.” Antes do ataque, Luiz publicou um manifesto com críticas a figuras do governo e do Congresso, além de difundir teorias conspiratórias anticomunistas. Ele também foi candidato a vereador em 2020 em Santa Catarina, pelo partido PL, que atualmente abriga o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Reunião de emergência no Palácio da Alvorada
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já havia deixado o Palácio do Planalto antes das explosões, reuniu-se com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e com os ministros Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin no Palácio da Alvorada para discutir as ações de segurança e os desdobramentos das investigações.
A PF informou que o Comando de Operações Táticas (COT) e o Grupo de Pronta-Intervenção da Superintendência Regional da corporação no Distrito Federal estão liderando as operações de segurança e perícia no local. As investigações continuam para identificar possíveis cúmplices e compreender o esquema que culminou com as explosões.
Por Bruno Rakowsky
