A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) deixou o Brasil após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por envolvimento direto na invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023. A informação foi confirmada pela própria parlamentar durante entrevista concedida à rádio Auriverde, ligada a apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
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Segundo Zambelli, ela está atualmente na Europa, para onde viajou há alguns dias, inicialmente sob a justificativa de buscar tratamento médico. Na entrevista, a deputada declarou que pretende formalizar pedido de afastamento do cargo na Câmara dos Deputados.
“Estou fora do Brasil já faz alguns dias. Vim, a princípio, buscando um tratamento médico e agora vou pedir para que eu possa me afastar do cargo. Vou me basear na Europa, tenho cidadania europeia. Estou muito tranquila quanto a isso”, afirmou.
Condenação
A condenação de Zambelli foi determinada no último dia 18 de maio, como parte do desdobramento das investigações sobre crimes cibernéticos contra instituições públicas. O STF a considerou culpada pela invasão dos sistemas do CNJ, uma das ações mais graves identificadas na ofensiva digital contra órgãos da Justiça.
Durante a entrevista, Zambelli voltou a alegar estar sendo vítima de “perseguição judicial” e afirmou que sua decisão de sair do país também se deu por esse motivo. Ela declarou ter emancipado seu filho de 17 anos antes de partir.
“Me cansei de ficar calada, me cansei de não atender meu público. Nosso país não tem condições de abarcar pessoas que querem falar tanto quanto eu”, disse.
A deputada também fez críticas ao sistema eleitoral brasileiro, afirmando que “nossas urnas não são confiáveis” e que, fora do país, sente-se mais livre para se expressar.
Contatos políticos e cenário partidário
Zambelli não revelou qual país europeu está residindo atualmente, mas mencionou a intenção de dialogar com autoridades portuguesas, incluindo André Ventura, líder do partido de extrema-direita Chega, que recentemente se tornou a segunda maior força no parlamento de Portugal.
Apesar da condenação, a deputada ainda mantém apoio dentro do Partido Liberal (PL). Segundo apuração da GloboNews, a bancada do partido na Câmara continuará acolhendo Zambelli, mesmo com a crise em torno de seu nome. Já o ex-presidente Jair Bolsonaro, conforme bastidores, vê a parlamentar como um dos principais fatores do mau desempenho eleitoral do grupo em 2022.
Por Pedro Villela, de Brasília










