Durante a noite de segunda-feira (8), Elon Musk, proprietário do “X” (anteriormente conhecido como Twitter), renovou suas críticas ao ministro Alexandre de Moraes. Em uma de suas postagens, Musk rotulou Moraes como um “ditador cruel” e alegou que o ministro mantém o presidente Lula “sob controle”.
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Essa não foi a primeira vez que Musk atacou Moraes; ele já o havia feito no sábado (6), ameaçando restaurar os perfis de usuários bloqueados pela Justiça. O magnata acusa Moraes de práticas de censura e de ameaçar prender os colaboradores da plataforma no Brasil.
Nessa segunda-feira, Musk também respondeu às postagens dos deputados federais Marcel van Hattem (Novo-RS) e Nikolas Ferreira (PL-MG). Ao interagir com o parlamentar gaúcho, Musk questionou por que o Congresso mantém Moraes como ministro, sugerindo que ele deveria ser removido de seu cargo.
Além disso, ao comentar uma publicação de Nikolas Ferreira, Musk expressou a necessidade de relocar os funcionários do “X” no Brasil para um local seguro antes de realizar uma completa “transferência de dados”. Ele também afirmou que os colaboradores da rede social haviam manifestado preocupações sobre possíveis prisões.
O termo “transferência de dados” é utilizado no contexto tecnológico para descrever a movimentação ou duplicação de informações de um banco de dados para outro.
Em outras mensagens, Musk declarou que Moraes é “claramente” o ditador não eleito do Brasil.
“Como foi que @Alexandre de Moraes se tornou o ditador do Brasil? Ele tem Lula na coleira 😂”, escreveu.
Até a última atualização desta reportagem, as contas bloqueadas por decisão judicial, como as de Luciano Hang, Allan dos Santos e Daniel Silveira, permaneciam inativas.
Musk investigado
No domingo (7), o ministro Alexandre de Moraes determinou que a conduta de Elon Musk seja investigada e ordenou que o antigo Twitter não desobedeça as decisões judiciais, sob pena de multa de R$ 100 mil para cada perfil bloqueado que for reativado.
Na decisão, Moraes afirmou ter visto indícios de obstrução de Justiça e incitação ao crime nas atitudes de Musk. Além disso, o ministro entendeu que o bilionário usou as redes sociais para espalhar desinformação e desestabilizar instituições do Estado Democrático de Direito.
“Na presente hipótese, portanto, está caracterizada a utilização de mecanismos ilegais por parte do ‘X’; bem como a presença de fortes indícios de dolo do CEO da rede social ‘X’, Elon Musk, na instrumentalização criminosa anteriormente apontada e investigada em diversos inquéritos”, escreveu Moraes.
Em outro trecho da decisão, o ministro escreveu em letras maiúsculas:
“AS REDES SOCIAIS NÃO SÃO TERRA SEM LEI! AS REDES SOCIAIS NÃO SÃO TERRA DE NINGUÉM!”
Atualmente, Moraes é relator de inquéritos como:
• o das milícias digitais, que investiga ações orquestradas nas redes para disseminar informações falsas e discurso de ódio, com o objetivo de minar as instituições e a democracia;
• o do 8 de janeiro, que investiga a tentativa de golpe no Brasil por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Por Heloísa Mendelshon