A edição de abril do ‘Le Monde Diplomatique Brasil’ traz, na capa, uma ilustração em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) explode uma bomba em um hospital. O presidente é retratado como o vilão Coringa, em uma referência a uma cena do filme “Batman: O Cavaleiro das Trevas”.
Na ilustração, além do controle que detona a bomba no hospital, Bolsonaro aparece segurando uma caixa de cloroquina.
Editorial diz que condução da pandemia é “criminosa”
Em editorial assinado pelo editor-chefe, Silvio Caccia Bava, e publicado na mesma edição, o ‘Le Monde Diplomatique Brasil’ classifica a condução do governo federal na pandemia como “criminosa”, e afirma que o país precisa que um novo governo, “que venha a substituir o governo Bolsonaro”, seja comprometido com programas de atenção às minorias e com a recuperação econômica.
“A condução desastrosa, e mesmo criminosa, do governo federal no enfrentamento da pandemia, associada à ausência de política econômica para a retomada do crescimento, está levando grande parte dos brasileiros a um beco sem saída: sem trabalho, sem comida, acossados pela pandemia e sem perspectivas de superar a crise. Só quem não tem mais comida para oferecer para suas crianças pode avaliar o tamanho desta tragédia.”
Editorial do Le Monde Brasil
A publicação defende que o auxílio emergencial volte a ser de R$ 600 e que o governo tome outras medidas complementares, como a criação de restaurantes populares para garantir a segurança alimentar dos mais vulneráveis.
Uso da cloroquina para prevenir Covid não tem comprovação científica
Defendida pelo presidente como parte de um “tratamento precoce” contra a Covid-19, a cloroquina não tem eficácia comprovada contra a doença.
Especialistas da OMS (Organização Mundial da Saúde) aconselham “fortemente contra” o uso da substância para a prevenção da Covid-19. Estudo da UFPR mostrou que o remédio pode ter efeitos tóxicos.
Números da pandemia no Brasil
Em março, o país registrou 66.868 mortes pela doença – o maior número mensal desde o início da pandemia. Na última sexta-feira (2), o Brasil registrou 2.807 mortes por Covid-19 em 24 horas. Com isso, o número total de vítimas desde o início da pandemia chegou a 328.366.
Também na sexta, o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar medidas de isolamento social e o fechamento de atividades não essenciais. É consenso científico internacional que a diminuição na circulação de pessoas reduz a transmissão do vírus.
Fonte: UOL