Pesquisadores afirmam que a vacina de Oxford em parceria com a Fiocruz tem 70% de eficácia já na primeira dose.
A fábrica de vacinas da Fiocruz aguarda apenas a chegada do ingrediente farmacêutico ativo, o IFA, para começar a produzir as doses. O principal insumo da vacina virá da China e a previsão é que chegue ao Rio até o fim de janeiro.
O plano é entregar 100 milhões de doses até junho e, no segundo semestre, com a transferência de tecnologia, todos os ingredientes estarão sendo produzidos pela própria Fiocruz. Mais 110 milhões de doses serão entregues ao Ministério da Saúde até o fim de 2021, totalizando 210 milhões de doses.
O imunizante já foi aprovado para uso em sete países, onde mais de 1 milhão de doses já foram aplicadas.
“Até o momento, não tem nenhuma evidência nesses estudos, que têm um acompanhamento quase que diário dessas pessoas, nenhum evento adverso grave. A gente tem muita segurança”, afirma Marco Krieguer, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz.
A pesquisadora de Oxford que coordena os ensaios clínicos da vacina no Brasil afirma que, já na primeira dose, a eficácia da fórmula chega a 73% e que a proteção contra a Covid acontece cerca de 21 dias após a aplicação da primeira dose.
Outra descoberta traz ainda mais esperança sobre o poder desta vacina no combate à Covid-19. Os cientistas testaram a eficácia com intervalos mais curtos e mais longos entre as doses e chegaram à conclusão de que a imunização aumenta quando o intervalo entre as doses é maior, de três meses.
“Vinte e dois dias após a primeira dose, já há proteção de 100% contra casos graves e hospitalizações e 70% contra casos moderados e leves. E três meses depois, aplicando uma dose de reforço, o sistema imune é estimulado e com essa estimulação os casos moderados e leves são protegidos em até 80%. Sendo que a proteção contra casos para hospitalização e graves ainda se mantém em 100%”, explica Sue Ann Clemens, pesquisadora de Oxford.
O intervalo de três meses entre as doses desta vacina já foi adotado no Reino Unido. “É um ato em saúde pública muito importante. Você consegue abranger uma parte muito maior da população, enquanto há mais produção, porque você tem certeza que o indivíduo está protegido”, diz Sue Ann Clemens.
Fonte: G1