A taxa de frequência escolar no Ensino Médio cearense vem apresentando crescimento consistente nos últimos anos, aproximando o estado da meta da universalização do atendimento. Conforme a Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada na última quinta-feira (12), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Ceará atingiu 88,4% de frequência total neste nível de ensino, em 2019, contra 82,6% registrados em 2016. Trata-se da melhor taxa de acesso do Nordeste, além do terceiro maior aumento de proporção de alunos incluídos do Brasil durante o período.
Além disso, quando levada em conta apenas a matrícula dos jovens de 15 a 17 anos – faixa etária considerada adequada para esta etapa do ensino – o Ceará obteve 74,2% de frequência. O indicador revela aumento significativo desde 2016, quando foram observados 67,6%.
No que se refere ao Ensino Fundamental, do 1º ao 9º ano, a escolarização de pessoas de 6 a 14 anos no Ceará está ainda mais próxima à universalização. Ao todo, 99,7% da população cearense nesta faixa etária estavam matriculados em 2019. Embora em 2016 o padrão já fosse elevado, com 98,7% das crianças e adolescentes nas escolas, o Ceará manteve o ritmo de crescimento.
Fatores
O aumento na frequência dos alunos, assim como a redução da distorção idade-série, podem ser influenciados por fatores como o Programa Aprendizagem na Idade Certa (Mais Paic), voltado ao Ensino Fundamental, desenvolvido Governo do Ceará, por intermédio da Secretaria da Educação (Seduc), em regime de colaboração com os 184 municípios cearenses. A ação contempla a formação de professores e a distribuição de material didático-pedagógico, entre outras medidas.
Por outra via, o investimento na expansão da oferta do ensino em tempo integral também pode ser apontado como fator de estímulo para a permanência e o interesse do jovem pela escola. Das 728 unidades de ensino da rede pública estadual, 277 atendem em jornada ampliada (155 são de Ensino Médio Regular em Tempo Integral – EEMTI e 122 são Escolas Estaduais de Educação Profissional – EEEPs), alcançado um total de 96 mil alunos.
Já o Projeto Professor Diretor de Turma tem como objetivo promover um diálogo constante do estudante com seus familiares, com a direção da escola e seu corpo docente, buscando evitar a evasão escolar, contribuindo para o sucesso e a formação do aluno enquanto cidadão.
A estratégia do Projeto é manter um professor da unidade de ensino como diretor de uma turma, acompanhando todo o desempenho escolar destes estudantes até o final de sua escolarização, identificando vulnerabilidades e fazendo intervenções necessárias à conclusão de seu projeto de vida.
O Núcleo de Trabalho, Pesquisa e Práticas Sociais, por sua vez, consiste em uma estratégia de reorganização curricular que, além de desenvolver competências socioemocionais, favorece a pesquisa como princípio pedagógico, visando ao desenvolvimento pessoal dos estudantes, bem como a preparação para a vida acadêmica e profissional.
Estratégias
A Seduc elaborou diretrizes para orientar suas escolas sobre como proceder durante o período de suspensão das aulas presenciais para garantir a continuidade do ano letivo e minimizar prejuízos no processo educacional. As escolas estaduais construíram seus planos de atividades e, juntamente com seus profissionais, pensaram alternativas para atender os alunos.
Também há ações com a finalidade de manter e fortalecer os vínculos afetivos entre escola e alunos, para que se sintam apoiados. Uma delas é a Política de Desenvolvimento de Competências Socioemocionais, que visa ao crescimento pessoal dos estudantes, tratando de temas relacionados, por exemplo, à construção de projetos de vida e ao respeito às diferenças. O Projeto Professor Diretor de Turma está inserido nessa iniciativa.