Após mudança no método de contabilização, subiu para 433 o número de casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus no Brasil, informou hoje o Ministério da Saúde. Ontem, a pasta confirmou o segundo caso de covid-19 no Brasil — os dois pacientes foram diagnosticados em São Paulo após viagens à Itália.
Nos últimos dias, o número de casos suspeitos, que era de 207 no sábado (29) e de 255 no domingo (1º), disparou. Ao mesmo tempo, foram descartados 162 casos.
Estados com casos suspeitos
São Paulo lidera o número de casos suspeitos, com 163 pacientes, seguido pelo Rio Grande do Sul com 73. Os dois casos confirmados no país foram em São Paulo; o primeiro de um homem de 61 anos, morador da capital e que viajou à Itália a trabalho.
O segundo caso foi confirmado no último sábado, após atendimento no Hospital Albert Einstein, também em São Paulo. Ele tem 32 anos, é funcionário da XP Investimentos e voltou de Milão um dia antes de ser diagnosticado. Ele fez a viagem junto a sua mulher, que não apresenta sintomas. Os dois estão em isolamento domiciliar.
O coordenador do comitê de contingenciamento em São Paulo contra o coronavírus, David Uip, disse ontem que o paciente usou máscara durante o voo e não teve contato com outros passageiros no avião.
Uip explicou ainda que, no caso do segundo paciente diagnosticado, não foi necessária uma contraprova do Instituto Adolfo Lutz, já que o laboratório do Hospital Albert Einstein utiliza a mesma metodologia.
Atualmente, apenas quatro estados brasileiros não têm suspeitas de contaminação pelo vírus:
A mudança na metodologia
No último sábado (29), o ministério afirmou que adotaria um “novo fluxo de consolidação” dos casos. Funcionários do ministério da Saúde passaram a treinar os estados para consolidar casos suspeitos e repassar ao governo federal. Antes, o ministério da Saúde reanalisava todas as notificações.
Dessa forma, agora a responsabilidade sobre a análise de casos suspeitos de covid-19 é das secretarias estaduais.
“As notificações nascem lá da unidade de saúde, seja uma UPA, seja uma UBS. É o médico ou a enfermeira que notificam. Então agora, cada secretaria foi capacitada e eles nos mandam e nós assumimos os números deles. E vamos fazendo, a posteriori, a revisão aqui no nível central”, disse o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
São considerados suspeitos os casos de pacientes que apresentem algum sintoma gripal e febre, e que estiveram nos últimos 14 dias em algum dos países com transmissão de coronavírus (no momento, 16 nações estão na lista do ministério da Saúde).
Expansão na capacidade dos testes
As amostras de casos suspeitos estão sendo processadas pelos Lacen (Laboratórios Centrais de Saúde Pública) para confirmar a presença do vírus ou descartar os casos.
“Estamos expandindo a capacidade de testes laboratoriais para todo o Brasil. Estamos adquirindo 30 mil testes da Fundação Oswaldo Cruz. E os laboratórios receberão a capacitação agora, nas próximas semanas, assim como foi feito nos laboratórios dos países vizinhos”, explicou Wanderson Oliveira, secretário de Vigilância em Saúde do ministério.
“No máximo em 20 dias teremos todos os laboratórios centrais [nos estados] realizando o teste específico para o coronavírus”, disse o secretário.
China segue liderando casos
No mundo, há maior frequência de aumento nos casos fora da China. São 87.136 casos confirmados em todo o planeta (79.968 na China e 7.169 fora daquele país). Em termos de letalidade, o novo vírus mata 3,4% dos que são contaminados na média global. Na China, esse número gira em torno de 1,5%.
Fonte: UOL