O Brasil viu dois ataques violentos a escolas e creches nas últimas semanas. Algumas dessas ações foram orquestradas livremente em perfis de redes sociais. Mas em uma reunião com o ministro da Justiça, Flávio Dino, e representantes das plataformas digitais no país na segunda-feira (10), o Twitter alegou que uma conta com foto de assassinos de crianças não violava os termos de uso da plataforma.
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Uma advogada da rede social adquirida pelo bilionário Elon Musk disse que o perfil em questão não fazia apologia ao crime.
Dino e a assessora responsável pelo tema no ministério, Estela Aranha, não teriam gostado da afirmação e rebatido a representante contra o posicionamento do Twitter — a informação foi compartilhada após o encontro, em uma coletiva de imprensa — com vídeo disponível no Canal do Ministério de Justiça e Segurança Pública.
Durante a coletiva, o ministro afirmou que “não existe liberdade de expressão para quem quer matar as crianças nas escolas”.
Redes favorecem grupos radicais
No domingo (9), Dino informou que a Operação Escola Segura pediu a retirada de 161 contas no Twitter que vinculavam conteúdo de apoio aos ataques em escolas.
Antes disso, no sábado (8), as autoridades brasileiras já haviam identificado e pedido a remoção de 270 contas, totalizando 431 pedidos de solicitações ao Twitter.
Mas isso não ocorreu só com a rede de Musk. Segundo Dino, o TikTok foi solicitado a retirada de uma contaa do ar, responsável por viralizar conteúdos que colocavam “medo” nas famílias.
OPERAÇÃO ESCOLA SEGURA
Data: 09/04/23
•161 solicitações realizadas junto à plataforma Twitter, em razão de hashtags relacionadas a ataques contra escolas.
•Solicitação para a plataforma Tik Tok retirar do ar 1 conta que estava viralizando conteúdo que incitava medo na…
— Flávio Dino ?? (@FlavioDino) April 9, 2023
Twitter falha em detecção
Desde que Musk assumiu o comando do Twitter, polêmicas envolvendo o conteúdo compartilhado na rede e entregue pelo algoritmo têm aumentado cada vez mais.
Uma apuração no New York Times mostrou que a rede social tem falhado na detecção de pornografia infantil.
Outra falha de moderação, por exemplo, ocorreu com o perfil de um adolescente de 13 anos que usava a rede social para compartilhar apologia massacre em Suzano (SP) em 2019.
Em seu perfil no Twitter, o adolescente adotava o mesmo sobrenome do autor do ataque em Suzano. No dia 27 de março deste ano, ele invadiu uma escola mascarado, matou uma professora e feriu cinco pessoas. Como revelou a BBC, algumas hashtags na plataforma e conteúdo perturbador também estavam associadas ao jovem.
No início do mês, Dino defendeu a regulação das plataformas como forma de coibir ataques e citou o dever de cuidado, que aparece dentre as sugestões do governo para o PL 2630.
Fonte: Terra