A provedora cearense Brisanet arrematou dois lotes regionais da faixa de frequência de 3,5 GHz — a mais concorrida do 5G no Brasil — e, com isso, vai levar internet de quinta geração não apenas para o Nordeste, onde já atua fortemente, como também para municípios com menos de 30 mil habitantes do Centro-Oeste.
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A Anatel realiza nesta quinta-feira (4), em Brasília, o leilão que permite internet 20 vezes mais rápida a partir de 2022. A faixa de 3,5 GHz envolve a oferta da internet de quinta geração diretamente para o consumidor final e é uma das mais usadas no mundo.
A empresa, que tem sede no Ceará e atua há 22 anos nos serviços de internet e TV, levou o lote C4, relativo ao 5G na região Nordeste, por R$ 1,25 bilhão (a Meganet havia oferecido 9 milhões) e o lote C5, referente aos municípios com menos de 30 mil habitantes do Centro-Oeste, por R$ 105 milhões (a Cloud2You ofereceu R$ 80 milhões).
Ela já tem mais de 14,4 mil quilômetros de infraestrutura de backbone, atendendo Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas.
Ao todo, quatro faixas estão sendo leiloadas: 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz.
Na faixa dos 3,5 GHz nacional, as operadoras Claro, Vivo e Tim arremataram, cada uma, um lote.
• A Claro ofereceu R$ 338 milhões pelo lote B1
• A Vivo ofereceu R$ 420 milhões pelo lote B2
• A Tim ofereceu R$ 351 milhões pelo lote B3
O lote B4 não recebeu nenhuma proposta
A startup de São Paulo Winity II, que trabalha com conexões sem fio entre máquinas para empresas, levou o primeiro lote da faixa de 700 MHz por R$ 1,4 bilhão. O lance mínimo era de R$ 157,6 milhões.
A faixa 700 MHz, que já é parcialmente ocupada pelo 4G, tem abrangência nacional e permite levar o 5G para áreas mais isoladas. O edital exige que a empresa, em contrapartida, use a faixa de 700 MHz para levar internet a 31 mil km de rodovias e 625 localidades que ainda não contam com 4G.
Existem dois perfis de participantes do leilão. De um lado, estão as operadoras de internet de grande porte, que brigaram pelas frequências de 5G mais elevadas, que garantem velocidade maior de conexão. Do outro, empresas e provedores regionais, mais interessados em frequências menores, de velocidade mais baixa, mas que permitem cobrir grandes áreas.
Grupo 1: as grandes
No primeiro grupo, estão a Vivo (marca da Telefônica Brasil), a Tim e a Claro, as três maiores operadoras de telefonia do Brasil. Nessa lista, também se destaca a mineira Algar Telecom e a paranaense Sercomtel, que já oferecem serviços de internet. A empresa com sede em Londrina recebeu neste ano autorização da Anatel para operar em todo o Brasil, e a Algar atua fortemente na região central do país.
Grupo dois: consórcios e pequenos
A Winity Telecom pertence ao grupo Patria, um fundo de investimentos com escritórios em múltiplos países. Ela trabalha com estrutura de comunicação sem fio para empresas, assim como a BR.Digital Telecom, do Rio Grande do Sul.
Também do sul vem o Consórcio 5G, uma união entre a Copel (Companhia Paranaense de Energia) e a Unifique, de Santa Catarina, ambas atuantes no ramo das telecomunicações.
Já a VDF também trabalha com estrutura de comunicação sem fio e faz parte do grupo Datora, especializado em internet das coisas (vários eletrônicos conectados ao mesmo tempo) e comunicação entre máquinas.
Há ainda operadoras de internet menores, como a FlyLink, de Uberlândia (MG), e outras novatas, como a Neko, que, embora criada por profissionais experientes na área, surgiu em 2021.
Fonte: Tilt/UOL