O governo federal anunciou a regulamentação da TV 3.0, tecnologia que promete revolucionar a forma de assistir televisão aberta no Brasil. O novo sistema oferecerá imagem em 4K e 8K, som imersivo, maior interatividade e integração com a internet, aproximando a experiência gratuita da TV aberta ao padrão das plataformas de streaming.
Curta, siga e se inscreva nas nossas redes sociais:
Facebook | X | Instagram | YouTube | Bluesky
Sugira uma reportagem. Mande uma mensagem para o nosso WhatsApp.
Entre no canal do Revista Cariri no Telegram e veja as principais notícias do dia.
De acordo com o Ministério das Comunicações, as primeiras transmissões devem começar no primeiro semestre de 2026, a partir das grandes capitais. A expansão para todo o território nacional, no entanto, deve levar cerca de 15 anos.
O ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, destacou que a mudança será feita de forma gradual, sem obrigar os brasileiros a trocarem seus aparelhos de televisão imediatamente.

“A implantação será gradual, com um período de convivência entre o sinal da TV digital e o da TV 3.0 por 10 a 15 anos, período que pode ser prorrogado. Será uma migração escalonada a partir das grandes capitais”, afirmou.
Apoio do setor de radiodifusão
Líderes de grandes grupos de comunicação e associações do setor celebraram a regulamentação da nova tecnologia.
O presidente do Fórum Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), Raymundo Barros, ressaltou o impacto social: “A TV aberta reafirma seu papel como motor da transformação social”, disse.
Na mesma linha, o diretor-presidente da Globo, Paulo Marinho, afirmou que a TV 3.0 garante a força da televisão aberta no ambiente digital.
“É a TV aberta cada vez mais forte, mantendo a sua relevância. É uma convergência entre o ambiente que conhecemos, da radiodifusão, com os meios digitais. Então a gente vai proporcionar uma televisão mais interativa, mais personalizada, com muito mais qualidade”, disse.
A presidente do Grupo Silvio Santos, Renata Abravanel, chamou o avanço de “momento histórico”.
“A gente avança em mais uma fronteira de interatividade, de conectividade com o público. Ele vai poder interagir mais, votar e participar de forma mais próxima. É um fortalecimento do setor.”
O CEO do Grupo Record, Marcus Vinícius Vieira, destacou os ganhos também para os negócios.
“Você vai juntar dois mundos que há muito tempo já era um sonho. É ganho para todo o setor, mas também para o público, que terá uma plataforma mais amigável.”
O presidente da Rede TV, Amilcare Dallevo, reforçou o alcance da TV aberta e suas novas funcionalidades:
“Não tem nada que chegue em mais brasileiros do que a TV aberta. Agora, com a TV 3.0, vai chegar com mais possibilidades, mais interação, informações e avisos em caso de catástrofe, além de outros recursos antes restritos ao computador.”
Competitividade e inclusão
O presidente da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), Flavio Lara Resende, defendeu políticas públicas para ampliar o acesso da população de baixa renda aos receptores da TV 3.0.
Já Márcio Novaes, presidente da Abratel, lembrou que a tecnologia poderá ser usada também em aparelhos celulares gratuitamente, sem consumir dados móveis.
Para o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Sidônio Palmeira, a iniciativa também tem relação com soberania nacional:
“Os canais de TV aberta devem ter o mesmo destaque que os demais e não ficar escondidos por causa de parcerias comerciais.”

Como será a TV 3.0
A nova tecnologia contará com recursos inéditos para o público, como:
• Imagem em 4K e 8K e som imersivo;
• Interatividade em tempo real em jogos, reality shows e programas jornalísticos;
• Possibilidade de escolher câmeras diferentes em programas como o BBB ou de ouvir apenas a torcida preferida em jogos de futebol;
• Informações locais de trânsito e clima integradas à programação;
• Publicidade personalizada conforme interesse e localização do espectador.
A TV 3.0 funcionará por meio de antenas (embutidas ou externas), sem necessidade de internet para acompanhar a programação. Entretanto, a conexão permitirá maior interatividade.
Num primeiro momento, os usuários precisarão de uma caixinha receptora para acessar o sistema. A expectativa é que, no futuro, os televisores já sejam produzidos com a tecnologia integrada.
Por Heloísa Mendelshon










