A Polícia Federal iniciou na manhã desta quinta-feira (5) uma operação com a Controladoria Geral da União (CGU) para desarticular um esquema de fraude em licitações, lavagem de dinheiro, corrupção e organização criminosa envolvendo recursos públicos federais entre os anos de 2013 e 2020. Segundo a Polícia Federal, os suspeitos têm atuação no município de Russas, no interior do Ceará, com indícios de participação de empresários, políticos, servidores públicos e laranjas ou “testas de ferro”.
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Ao todo, 30 mandados de busca e apreensão determinados pela Justiça Federal de Limoeiro do Norte são cumpridos por cerca de 140 policiais federais e 10 auditores da CGU nas cidades de Fortaleza, Icapuí, Cascavel e Russas, no Ceará, além de Caçapava do Sul e Brasília. Estão sendo bloqueados valores ilícitos nas contas dos investigados.
A reportagem tenta contato com a Prefeitura de Russas, mas as ligações não foram atendidas.
Investigações
As investigações tiveram início em 2017, em uma operação iniciada em 2015. Com a análise de dados fiscais e bancários dos envolvidos, a Polícia Federal e a CGU levantaram indícios de atuação de esquema criminoso para fraudar ou direcionar licitações em Russas, envolvendo recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) e de Valorização dos Profissionais da Educação.
Ação criminosa teve envolvimento de empresas de fachada e empresas que guardavam ligação com empresário suspeito no município, o qual, coordenando ações de “laranjas” ou interpostos financeiros, beneficiava-se economicamente do esquema de corrupção e lavagem de capitais, juntamente com servidores públicos e políticos.
Ainda nas investigações, foi identificado a atuação de servidores públicos, secretários municipais e políticos de Russas e de outros municípios em esquema de pagamentos de propinas, inclusive através de “laranjas” ou outras pessoas. Também foi apurado uma possível participação de integrantes de facções criminosas atuantes no âmbito nacional.
Crimes
Os indiciados vão responder, de acordo com a participação, pelos crimes de fraude em licitações, lavagem de dinheiro, corrupção e organização criminosa.
A operação Matrioska recebeu o nome em alusão às bonecas russas e remete à complexidade da teia criminosa investigada. As investigações continuam, com análise do material apreendido na operação policial.
Fonte: G1 CE