O acusado de assassinar a professora Silvany Inácio de Souza, de 25 anos, na Praça da Sé, no Crato, foi condenado pelo juri popular a 46 anos e 7 meses de prisão em regime fechado durante julgamento nesta sexta-feira (24). A sessão do tribunal do júri, realizada no auditório do Fórum Hermes Parahyba, no Bairro São Miguel, teve início às 9 horas e terminou por volta das 23 horas.
Silvany foi morta pelo ex-companheiro enquanto acompanhava a festa da padroeira do município, em agosto de 2018. Após o crime, o suspeito chegou a se esconder na casa de seus pais perto da praça, mas os policiais conseguiram entrar e prender o homem. Com ele, foram apreendidas três armas. Na ocasião, a polícia chegou a afirmar que o crime foi motivado pelo fato do ex-companheiro não aceitar o fim do relacionamento.
Elson Siebra de Deus, de 47 anos, foi condenado por homicídio qualificado e posse de arma de fogo e munição, com os agravantes de usar meio que impossibilitou a defesa da vítima e perigo comum as pessoas que estavam no local. Na época do crime, cinco espingardas e um revólver foram apreendidos pela polícia na casa dele.
Durante a sessão, a defesa do suspeito reconheceu que houve feminicídio, mas queria a redução da pena por não considerar que o motivo foi fútil. O advogado sustentou a tese que Elson sofre de distúrbios mentais e tentou apresentar um laudo médico. O pedido foi negado devido o documento não ter sido anexado ao processo no tempo permitido. Após a sentença, o advogado saiu sem falar sobre o caso.
A tese da defesa foi contestada pela acusação, que comemorou o resultado do julgamento, conforme afirma Emanuel Jorge de Morais Santana, defensor público que estava como assistente de acusação. “Fomo felizes em demonstrar de forma muito clara para os jurados que essa tese por ele trazida em plenário não tinha respaldo em todo conjunto probatório que constava nos autos”, disse.
Para Cícera de Sousa, mãe de Silvany, a condenação de Elson foi um alívio. “Estou muito confiante que essa justiça foi feita. Não é porque ele foi condenado esse tanto de anos que minha filha volta não, é a responsabilidade que eu tenho com o filho dela, de 4 anos”, afirma.
A presidente do Conselho da Mulher do Crato, Verônica Isidório, que acompanhou o caso, analisou o resultado como satisfatório para a luta contra a violência da mulher. “A gente acompanha com muito pesar, mas sempre fica satisfeita quando o resultado vem de uma forma a aplicar a justiça e responsabilizar o agressor pelo delito cometido”, disse. Mais cedo, a instituição organizou um protesto na porta do fórum.
Fonte: G1 CE