Em 2022, já foram registrados 168.830 casos prováveis de chikungunya no Brasil. Uma taxa de incidência de 79,1 casos por 100 mil habitantes. O Ceará soma 53.022 casos prováveis, maior registro entre os estados. Das 79 mortes pela infecção, 38 foram de pacientes do Ceará, o que corresponde a 48,1% dos óbitos no País. Outros 35 desfechos fatais estão em investigação no País.
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As informações são do monitoramento dos casos de arboviroses do Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Acompanhamento se baseia nos dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), até a Semana Epidemiológica 41 (de 9 a 15 de outubro).
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), casos prováveis designam todos os casos notificados no Sinan, exceto aqueles que já foram descartados. Ou seja, são a soma de casos confirmados e de casos ainda em investigação.
Casos confirmados, por sua vez, são aqueles em que há evidência da doença: exame laboratorial, vínculo epidemiológico ou clínica sugestiva. Sobre o alto número de casos prováveis, a Sesa diz que “se deve a uma vigilância epidemiológica ativa, capaz de reconhecer casos suspeitos da doença e realizar a notificação oportuna e a investigação adequada”.
A secretaria informou que existe no Ceará um Comitê de investigação de óbitos suspeitos de arbovírus composto por referências nacionais em epidemiologia, clínica, manejo, diagnóstico e necropsia de óbitos suspeitos de arbovírus.
Fortaleza é município com mais casos
Fortaleza é o município com maior número de casos prováveis: 20.624 casos, com incidência de 755,5. Conforme Atualpa Soares, gerente da Célula de Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Fortaleza, já era esperado um novo aumento, como o observado neste ano.
O Ceará viveu uma epidemia de chikungunya em 2017 e a novo surto estava sendo “barrado” desde 2018. “Em 2020, com a pandemia, as pessoas ficaram mais em casa. Trouxe maior responsabilidade com relação ao imóvel. Isso se repetiu com menor força em 2021”, afirma.
Por outro lado, houve prejuízo nas ações de controle vetorial, pois os agentes de combate às endemias não podiam fazer as visitas domiciliares. “O trabalho só foi minimamente voltar à normalidade ao final de 2021”, lembra. A realização das visitas só retornou ao ritmo pré-pandemia em 2022, quando já estava estabelecido o período chuvoso.
Ele explica que o cenário nacional apresenta oscilação, “todo ano é um local, a doença flutua”. Há uns quatro anos, São Paulo foi recordista. Ano passado, foi Paraná e Santa Catarina. Ano que vem, possivelmente sai do Ceará ou migra a municípios menores”. analisa.
Além da Capital, outros três municípios cearenses estão entre os dez com mais casos prováveis. Brejo Santo fica em terceiro lugar, com 3.641 casos, mas a incidência, por sua vez, salta para 7.253,7. Em seguida, o município do Crato acumulou 3.394 casos, com taxa de 2.534,5. Em sexto lugar, Juazeiro do Norte apresenta 2.908, perfazendo incidência de 1.045,1.
A Sesa informou que, por meio da Célula de Vigilância Epidemiológica (Cevep), “realiza o monitoramento semanal de casos de arboviroses em todos os municípios do estado, com emissão de carta alerta aos municípios com risco de epidemia”. Anualmente, segundo a pasta, “é solicitado aos municípios um plano de contingência para epidemia de arboviroses, o qual é validado e tem suas ações acompanhadas pelas ADS e SRS”.
Além disso, a pulverização espacial UBV pesado acoplado a veículo (fumacê) é realizada quando é feita a solicitação dos municípios. Pedido deve ser baseado “em relatório que descreva a situação epidemiológica das Arboviroses em tempo, pessoa e lugar e a situação entomológica, para análise da área técnica”.
No ano ano de 2022, a Região Nordeste apresentou a maior incidência (254,8 casos/100 mil hab.), seguida das Regiões Centro-Oeste (35,0 casos/100 mil hab.) e Norte (25,6 casos/100 mil hab.), segundo o boletim.
Por Ana Rute Ramires
Fonte: O Povo